A LUTA AQUECE NA FRENTE DA CLASSIFICAÇÃO

No momento em que se conclui o processo de classificação das soluções apresentadas ao problema que constituiu a transição da primeira para a segunda metade do torneio, acentua-se a luta de dez concorrentes pelos lugares cimeiros da classificação geral do torneio de decifração “Solução à Vista!” com direito a prémio. Os detetives Daniel Falcão e Detetive Jeremias mantêm-se no topo da tabela, agora com os mesmíssimos pontos, mas têm no seu encalce oito concorrentes de peso que não estão dispostos a baixar os braços nesta maratona policiária que só termina em maio próximo, a avaliar pela qualidade das soluções produzidas até ao momento.

TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
Solução da Prova nº. 5

“A Lógica Não é Uma Batata”, de Búfalos Associados
Trata-se de dois desafios diferentes mas muito conhecidos.
A história da soma de 1 a 100 é atribuída a Carl Friedrich Gauss, matemático, astrónomo e físico alemão nascido nos finais do século XVIII, e terá acontecido, segundo a lenda, quando ele teria uns 10 anos de idade. Posto perante o problema, o menino terá dividido mentalmente a série de números de 1 a 100, em duas séries, uma de 1 a 50 e outra de 51 a 100. Então verificou que a soma de 1 mais 100 era 101. Da mesma forma, 2+99=101, 3+98=101, 4+97=101, 5+96=101, e por aí fora até 49+52=101 e 50+51=101.

Ou seja, sempre mentalmente, verificou que eram 50 somas com resultado de 101, e portanto bastava multiplicar 101 por 50 para obter a resposta pretendida.

Assim, 101 vezes 5 dá 505, agora vezes 10 igual a 5.050. Tudo isto não é difícil de fazer mentalmente. O mais difícil terá sido imaginar o processo inicial. Aí residiu o génio do menino Gauss. Não foi por acaso que o nome daquele jovem veio mais tarde a ser muito importante na história da matemática.

Se quiserem uma forma mais simples de aplicar o truque, pensem na soma dos números de 1 a 10. Como 1+10=11, basta multiplicar agora por 5 para obter 55. Confiram.

Mas atenção. O que Garrett propôs aos garotos foi que retirassem da série inicial os números 20 e 30, para complicar um pouco. Será que isso nos atrapalha? Claro que não. Basta aplicar o processo completo incluindo esses números, e depois retirar 50 (ou seja 20+30) do resultado. O processo é correto. Ou seja, o nosso resultado é: 5.000.

Vamos agora ao caso das bolas. A resposta é: basta tirar uma bola da caixa marcada “Preto e Branco” para ficarmos a saber o conteúdo das três caixas. Parece estranho? Vejamos.

A caixa “Preto e Branco” é a única, neste momento, de que podemos ter a certeza de que terá de ficar com duas bolas iguais. Assim sendo, se tirarmos uma bola, ficamos a saber qual a cor da outra que lá ficou.
Imaginemos que a bola é preta. Portanto, nessa caixa estão agora duas bolas pretas. Sobra só uma bola preta. Agora, na caixa que tinha duas bolas brancas, não podem continuar duas brancas. E duas pretas também não, já sabemos porquê. Portanto, agora essa é a nova caixa “Preto e Branco”. Logo, é na caixa que tinha marcado “Preto e Preto”, que estão agora as duas bolas brancas. Fácil como água.
Claro que se a bola retirada for branca e não preta, o processo é exatamente o mesmo.

E quais serão os poetas portugueses que o texto sugere? Miguel Torga, Cesário Verde, Eugénio de Andrade, Florbela Espanca, Elmano Sadino (Bocage), Bernardim Ribeiro, Fernando Pessoa e… claro, Almeida Garrett.

Pontuação e Classificação (após a 5ª. Prova)
A esmagadora maioria dos “detetives” respondeu acertadamente aos dois desafios propostos pelo inspetor Garrett aos seus dois amiguinhos Cesário e Eugénio. Porém, alguns esqueceram-se de indicar quais os nomes de todos os poetas portugueses que o texto sugere ou pecaram por defeito nessa indicação. Tal facto leva-nos a repetir o conselho de… leituras atentas.
1ºs. Daniel Falcão (46+13) e Detetive Jeremias (47+12): 59 pontos;
3ºs. Bernie Leceiro (43+9), Inspetor Mucaba (42+10) e Madame Eclética (42+10): 52 pontos;
6ºs. Ma(r)ta Hari (40+10) e Zé de Mafamude (40+10): 50 pontos;
8º. Ariam Semog (38+11): 49 pontos
9º. Rigor Mortis (38+10): 48 pontos;
10º. Bigode (37+9): 46 pontos;
11ºs. Abrótea (35+10), Carlota Joaquina (38+7), Chico da Afurada (36+9), Gomes (38+7), Inspetor Guimarães (37+8), Inspetor Madeira (38+7), Necas (38+7), Pena Cova (36+9), Solidário (36+9) e Talismã (38+7): 45 pontos;
21ºs. Beira Rio (36+8), Broa de Avintes (36+8), Charadista (36+8), Chico de Laborim (37+7), Detetive Bruno (37+7), Holmes (36+8) e Santinho da Ladeira (35+9): 44 pontos;
28ºs. Arc. Anjo (36+7), Bota Abaixo (33+10), Haka Crimes (36+7) e Martelo (36+7): 43 pontos;
32º. Mascarilha (34+8): 42 pontos;
33º. Vitinho (33+7): 40 pontos.

TORNEIO “MÃOS À ESCRITA!”
As avaliações feitas pelos 33 solucionistas e pelo orientador da nossa secção ao enigma “A Lógica não é uma Batata”, de Búfalos Associados, concorrente aos prémios em disputa no torneio de produção policiária “Mãos à Escrita!”, resultaram na seguinte pontuação média final: 7,90 pontos. Com esta pontuação, o enigma da dupla Búfalos Associados assume a liderança da classificação, que tem neste momento a seguinte ordenação:
1º. “A Lógica não é uma Batata”, de Búfalos Associados: 7,90 pontos;
2º. “Contas Desajustadas”, de Verbatim: 7,40 pontos;
3º. “As 3 Poltronas”, de Rigor Mortis: 7,10 pontos;
4º. “Camarada Tempicos”, de A. Raposo: 6,90 pontos;
5º. “O Enforcamento do Vigilante”, de Daniel Gomes: 6,80 pontos.

QUEM É O ATOR DA DUPLA BÚFALOS ASSOCIADOS
Aqui fica a resposta à questão colocada por alguns dos nossos leitores sobre a identidade do ator que integra a dupla Búfalos Associados, curiosamente dada por eles próprios depois da leitura de uma resenha biográfica publicada na passada edição. E nenhum deles falhou na resposta. Alguns, os mais “velhos” na modalidade, já sabiam de quem se tratava, mas os que só agora chegaram ao policiário através da nossa secção não faziam a mínima ideia de qual seria a identidade do ator em questão. Isso não impediu, porém, que todos os que responderam a este desafio o fizessem acertadamente. Para uns, bastou ler as primeiras linhas da sua biografia; para outros, tudo se terá desvendado apenas quando se fez referência à série televisiva “Duarte e Companhia”, que fez sucesso na RTP, onde estreou em 1985. Falamos de Rui Mendes, claro!