A “MEGA FREGUESIA” DE GAIA

A União de Freguesias de Sandim, Olival, Lever e Crestuma nasceu da reorganização administrativa das freguesias em Portugal, em 2013, sendo constituída pelas quatro vilas que, embora perto, sempre quiseram a sua “independência”. Contudo, agora o clima já está mais calmo e esta grande união de freguesias já é vista como um todo, embora cada uma mantenha as suas tradições.

Sandim é a vila mais a sul do concelho de Gaia, encontrando-se já no limite com o vizinho município de Santa Maria da Feira. Vila desde 2001, Sandim teve outrora a moagem de cerais como atividade dominante, graças sobretudo ao Rio Uíma, afluente do Douro, que serpenteia o vasto território Sandinense. Na atualidade, a indústria e a construção civil são os sectores dominantes. Com uma dinâmica social e cultural assinalável, várias são as coletividades que impulsionam Sandim em diferentes áreas desde o teatro ao desporto. Recentemente, junto à Igreja Matriz datada de 1700, nasceu o seu Centro Cívico que oferece aos visitantes largos espaços verdes para os mais variados momentos de lazer. Segundo os Censos 2011, vivem em Sandim nos dias de hoje perto de seis mil habitantes.

Já Olival foi um importante entreposto fluvial, crucial para o transporte de pessoas e de Vinho do Porto, muito graças à sua situação ribeirinha. Esse facto histórico projeta-se ainda nos dias de hoje, sendo o lugar de Arnelas, com a manutenção de muitas das cateterísticas do passado, um dos locais mais pitorescos do concelho de Gaia. Em 19 de Abril de 2001, foi elevada à categoria de Vila. Presentemente, Olival é referenciado diversas vezes nos meios de comunicação social, devido ao Centro de Treinos e Formação Desportiva Porto Gaia, utilizado pelo Futebol Clube do Porto. De mencionar ainda o Centro Cultural e Social de Olival, que entre outras funções, apresenta também um dos melhores auditórios do Concelho Gaiense.

Também a condição ribeirinha de Lever, junto ao rio Douro, foi uma das razões fundamentais para a fixação de povos ao longo dos tempos. A primeira memória escrita de Lever remonta ao já longínquo ano de 922, ou seja, distante ainda do ano de 1143, data da independência do Condado Portucalense. Vila desde 19 de abril de 2001, Lever na atualidade aposta no setor secundário como base da sua economia, depois de outrora ter uma forte tradição nas áreas da tecelagem, curtumes e pescas. A “Barragem Crestuma-Lever” é o ponto de referência mais mediático do território Leverense, quer pela sua importância e imponência, bem como pelas bonitas paisagens da albufeira. No território de Lever, nota ainda para o Centro Educacional e Ambiental, da Águas Douro e Paiva, que visa sobretudo fomentar uma maior “consciência verde” a quem o visita.

Por fim, Crestuma leva-nos a viajar largos séculos no tempo, já que os vários vestígios arqueológicos encontrados remontam ao período da Idade Média. A sua localização geográfica na zona ribeirinha do Douro e numa elevação de terreno assinalável, definiu Crestuma como um local com excelentes condições de defesa natural. A dispersão dos terrenos e construções em socalcos, tornam as paisagens Crestumenses como um dos pontos de referência turísticos por quem visita a zona ou viaja pelo Douro. Durante o século XX a indústria têxtil e a fundição impulsionaram Crestuma em várias áreas. Na atualidade, embora com menor fulgor, ainda se mantêm vestígios do setor industrial. O Parque Botânico do Castelo, é outro dos pontos obrigatórios para quem visita Crestuma, quer a nível paisagístico, tal como do ponto de vista arqueológico.