Os Centros de Fabrico dos Açores (CFA) apresentaram, no passado dia 9 de abril, as suas medidas de eficiência com vista à descarbonização energética, no âmbito do “Roteiro para a Descarbonização do Setor Agroalimentar”, promovido pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR).
No contexto do “Roteiro para a Descarbonização do Setor Agroalimentar”, promovido pela Câmara do Comércio e Indústria de Ponta Delgada (CCIPD) e financiado pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), os Centros de Fabrico dos Açores (CFA) apresentaram, no passado dia 9 de abril, as suas medidas de eficiência com vista à descarbonização energética.
O evento reuniu especialistas e representantes institucionais, nomeadamente das empresas CFA, BEL e do INEGI – Instituto de Ciência e Inovação em Engenharia Mecânica e Engenharia Industrial, do Instituto de Engenharia de Sistemas e Computadores, Tecnologia e Ciência, e dos diretores regionais da Energia e do Empreendedorismo e da Competitividade dos Açores, que partilharam os seus casos de sucesso na descarbonização e apresentaram as suas estratégias de transição para uma economia neutra em carbono, no setor agroalimentar.
Neste âmbito, o engenheiro Pedro Cabral, da Bensaude Distribuição, apresentou a experiência da CFA na eletrificação e no uso de solar fotovoltaico. “A CFA tem implementado diversas medidas de eficiência energética, incluindo a instalação de iluminação LED, o controlo inteligente com sensores de movimento e mais de 400 painéis fotovoltaicos. A instalação frigorífica utiliza como fluidos frigorigéneos principais o R717 (NH₃ – amoníaco) e o R744 (CO₂ – dióxido de carbono), operando este último em regime subcrítico. Como fluido frigorígeno secundário, é utilizada água glicolada. O amoníaco encontra-se confinado exclusivamente à sala de máquinas, o que assegura elevados padrões de segurança tanto para os colaboradores como para os produtos, eliminando o risco de contaminação decorrente de eventuais fugas, ainda que improváveis. A conjugação destes fatores traduz-se num sistema de refrigeração eficiente com reduzido impacto ambiental e elevada segurança operacional. O amoníaco oferece excelente eficiência e sustentabilidade, enquanto o dióxido de carbono proporciona uma capacidade de resfriamento eficaz com baixo GWP (Potencial de Aquecimento Global). A água glicolada, por sua vez, reduz a carga de refrigerantes e é uma solução económica e segura, promovendo uma refrigeração eficiente e ecológica. Todos os compartimentos têm temperatura controlada e foram equipados com portas isotérmicas. Com a Central fotovoltaica, a CFA no ano de 2024, registou uma redução de 177 toneladas de CO2 e poupou o abate de mais de 5 mil árvores. Num futuro próximo, os Centros de Fabrico dos Açores implementarão um sistema de gestão de energia centralizado que vai monitorizar os consumos de forma ainda mais eficiente e eficaz”, explicou.
O “Roteiro para a Descarbonização do Setor Agroalimentar” tem como principais objetivos caracterizar o setor agroalimentar em termos de consumo energético, emissões de gases com efeito de estufa, consumo de água e matérias-primas; identificar soluções tecnológicas e boas práticas para reduzir as emissões e aumentar a eficiência; avaliar o grau de digitalização e prontidão das empresas para adotarem tecnologias inteligentes de monitorização e gestão de processos; projetar cenários de evolução do setor até 2050; e capacitar as empresas para a adoção destas soluções, promovendo a inovação, sustentabilidade e competitividade.