DIA INTERNACIONAL DA MULHER: UM GRITO DE ALERTA PARA MEDITAR

Nos tempos que correm, há dias para todos os gostos. Já houve períodos em que o dia consagrado à figura da Mulher (como Mãe e não só!) obedecia a uma data fixa. Porém, talvez porque a realidade para nem todos assumisse assim tanta importância como aquela que a sociedade moderna” lhe conferia, passou a reger-se por uma data móvel, que pode ser alterada ao “virar da esquina”, desde que a hipocrisia mesquinha e/ou o modernismo balofo soprem de feição. Ainda assim, aos olhos dos milhares de cidadãos das sociedades alegadamente civilizadas como a nossa, como um meio tácito de desvalorização da própria família como a conhecemos, a Mulher tem hoje uma função diversificada (e banalizada), e continua a ser assustador constatar a manipulação da sua figura feminina, de forma irracional, uma vez que o seu papel na sociedade continua a ser banalizado e mercantilizado, reduzindo-a a pouco mais que um mero objecto de âmbito comercial. 

É inegável que a “Mulher” deixou de estar restringida à condição de “Dona da Casa e criadora dos filhos” e isso foi um passo importante na meta da sua progressiva libertação. Todavia, não basta proclamar seja o que for através de “parangonas” oficiais e intenções “escondidas” e mais ou menos solenes, quando na prática, em muitos países (e no nosso também, infelizmente) as mulheres comuns continuam a ser tratadas com base em preconceitos discriminatórios diversos, seja na sua origem étnica, no emprego e no recurso à Educação, à saúde e à Justiça. Bastará compilar o número de mulheres (muitas delas já foram ou serão Mães), frequentemente agredidas, ultrajadas e até mortas no seio familiar, ainda que, com base na lei, não haja motivos para alarme (é isto que os entendidos dizem nos seus discursos !!!). Porém, se analisarmos friamente o cenário real em torno da alegada proteção que é devida ao elemento feminino, facilmente constatamos o embuste legal em que alegremente convivemos.

Meninas de hoje serão as Mães de amanhã

Se alargarmos o tema ao sector da proteção das meninas deste nosso tempo, que serão as Mães de amanhã”, então o grito é lancinante”, embora muito poucos o ouçam! Por isso, nomes como os de Joana, Valentina, Jessica e muitas outras, vítimas inocentes de monstruosidadeque ainda perduram na memória, talvez nos façam raciocinar melhor! No caso concreto que o título do texto exemplifica, a Mulher é um elemento base da tradição familiar da nossa sociedade, a quem são exigidas um sem-número de funções e obrigações, mas felizmente, no nosso País, não são perseguidas por via da sua condição, como sucede em certas latitudes. Importa recordar que Mulher não é apenas (no caso das que são ou foram Mães) aquela que concebe e transporta no corpo, o novo ser ao longo de nove meses, mas a que amamenta, que cuida e protege a vida inteira e que só quando se perde é que lhe outorgamos o valor e a sua real importância que tinha no âmbito da família. Ainda assim, quando é ela a necessitar de auxílio e proteção, por vezes, a própria Lei entra de “férias” e escuda-se nas mais mirabolantes desculpas esfarrapadas para que a justiça não prevaleça, para vergonha dos legisladores (os que ainda a têm).

Por isso, ao menos hoje, vamos honrar as Mulheres e as Mães de forma incondicional, para que o anúncio das próximas vítimas femininas às mãos daqueles que deveriam protegê-las, não se limite à fácil constatação de uma frase tão rotineira que as instituições do sector, tão cientes do cumprimento do dever, se ufanam de proclamar: “Já estava referenciada”. Perante esta aberração, mais palavras para quêÉ só raciocinarSem uma ação firme, visível e determinada, é óbvio que as leis não passam de uma letra “morta”- que até pode ser “ofensiva”!!! – Por isso, basta de hipocrisias!

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