As palavras são de João Tadeu Ricardo, diretor da Escola Profissional do Sindicato de Escritório e Comércio da Região Autónoma dos Açores (EPROSEC), na cerimónia dos 30 anos daquela instituição de ensino. Admitindo vários desafios para o futuro, o diretor continua a acreditar que o ensino profissional é uma via a consolidar para o futuro. A cerimónia contou ainda com a presença de Sofia Ribeiro, Secretária Regional da Educação.
A Escola Profissional do Sindicato de Escritório e Comércio da Região Autónoma dos Açores (EPROSEC) celebrou, no passado dia 5 de março, 30 anos ao serviço da formação profissional dos Açores. A data foi assinalada com uma sessão solene presidida pela Secretária Regional da Educação, Sofia Ribeiro, e contou ainda com a participação do diretor regional da Qualificação Profissional e Emprego, Nuno Gomes, e do presidente da Anespo, José Luís Presa.
Localizada atualmente nos Arrifes, a EPROSEC, tutelada pela SINDESCOM – Sindicato de Profissionais de Escritório, Comércio, Indústria, Turismo, Serviços e Correlativos da Região Autónoma dos Açores, iniciou a sua atividade em 1992, no centro da cidade, com apenas dois cursos e 40 alunos. Três décadas depois, tem em funcionamento 12 cursos, mais de 260 jovens em formação, dinamizando anualmente vários projetos de desenvolvimento formativo com entidades regionais, nacionais e internacionais.
Lembrando que esta é “a primeira e, atualmente, a maior do arquipélago”, João Tadeu Ricardo, diretor da EPROSEC enalteceu estes 30 anos de história “com muitos desafios com momentos”. “É uma luta constante para provar que o ensino profissional é tão bom ou melhor que o restante ensino. Mas é uma luta que vale a pena. Chegar aqui e ver que ainda estamos com esta pujança e força é gratificante”, referiu o diretor.
João Tadeu Ricardo lembrou ainda que este sucesso deve-se “a todos os que estão atualmente no espaço, mas também àqueles que no passado deram o seu contributo para a construção de uma imagem de uma marca de referência a nível regional e nacional, alguns que ainda se encontram cá”.
“Fomos fazendo o nosso caminho, com passos firmes, e tendo sempre presente a nossa missão, formar para a cidadania. Houve momentos bons, outros menos bons, mas temos conseguido mostrar a qualidade que este sistema de ensino tinha, fazendo com que muitos formandos optassem pela formação profissional e particularmente pela nossa escola. Para fazer face à crescente procura, fomos ampliando gradualmente o número de turmas, e consequentemente o número de alunos. Podemos dizer com orgulho que passaram por esta escola profissional 3488 formandos do ensino profissional, 760 formandos do programa Reativar, e cerca de 1240 formandos nos cursos pós-laboral para ativos e desempregados”, acrescentou.
Considerando que esta se tornou “uma escola de referência pela excelente prestação em projetos de âmbito regional, nacional e até internacional”, sempre pautado pelo “trabalho em equipa, lealdade e respeito”, João Tadeu Ricardo coloca como desafios para o futuro “manter as atividades da escola e ampliar as suas diferentes frentes de atuação em sintonia com as transformações atuais e as novas exigências sociais”. Também a questão dos próximos fundos comunitários, quais as regras e como serão usados, e o decréscimo de jovens em idade escolar são outras das preocupações da direção da EPROSEC.
“As coisas mudam, o mundo atual vive numa perspetiva de incerteza e é essencial que as escolas profissionais se adaptem. O número de alunos está a decrescer fruto da redução demográfica que existe nos Açores, por isso, há que ir por outras áreas, por outros cursos, a formação é contínua e é ver o que a comunidade necessita. A adaptação tem de ser feita imediatamente, temos de olhar para o futuro e alterar, pelo menos, a estratégia em termos de informação profissional”, rematou.
Presente na cerimónia esteve também o vice-presidente da SINDESCOM, entidade que desde 1997 titula a EPROSEC, que admitiu que “desde o início da instituição que se considera fundamental na formação profissional e por isso organiza cursos profissionais e administrativos específicos para a área onde os seus membros desempenham a sua atividade”.
“O espírito formativo desta instituição permaneceu ao longo dos anos e quando apareceu esta oportunidade foi com grande entusiasmo e confiança que decidimos abraçar este projeto. 30 anos depois, a SINDESCOM pode orgulhosamente defender que a sua escolha foi a mais acertada, a nossa escola tem sido uma escola de referência por todo o trabalho efetuado em prol dos jovens, dos encarregados de educação, das empresas, ou seja, em prol da comunidade. O ensino profissional é um caminho credível para todos os jovens que nos procuram, é por isso que com a maior satisfação estamos aqui a celebrar este aniversário da nossa escola e estamos todos de parabéns”, afirmou.
Também Sofia Ribeiro, Secretária Regional da Educação, acredita que o ensino profissional não pode ser uma alternativa na região, mas sim uma complementaridade. “Cada vez mais se comprova que os acréscimos em formação muitas vezes se traduzem em melhorias na vida laboral e para o desenvolvimento de toda a região. Temos de valorizar cada vez mais o ensino profissional. Não pode ser considerado como um último reduto quando as coisas não correm tão bem no ensino regular, tem de ser uma opção e esse é o trabalho que temos feito”, adiantou.
A Secretária Regional da Educação defendeu ainda a “necessidade da complementaridade, e não competitividade, entre as escolas do ensino regular e as escolas de ensino profissional”, à semelhança do que acontece a nível internacional. Da mesma forma, Sofia Ribeiro acredita que é necessária “uma simbiose entre as próprias escolas de ensino profissional na região e no país”.
Da mesma forma, também o presidente da Associação das Escolas Profissionais elogiou os 30 anos de vida da EPROSEC, lembrando que “temos uma formação profissional em Portugal de alta qualidade”. “A EPROSEC é considerada uma escola de referência a nível regional e a nível nacional também. E quem está à frente dos destinos quer das autarquias, quer das regiões, tem pela frente uma grande tarefa e um grande desafio que é atingirmos as metas da União Europeia. Ainda há um longo caminho para desenvolver, apostando menos em cursos gerais e mais em cursos profissionais”, afirmou.
A cerimónia do 30º aniversário da EPROSEC contou ainda com uma homenagem a Cristina Lopes, diretora pedagógica, e com a entrega de diplomas aos formandos que terminaram a sua formação.