Está a decorrer desde o dia 26 de agosto e só termina no próximo dia 4 de setembro. A Festa da Broa de Avintes regressou, depois de dois anos de interregno, repleta de música, animação, encenações e boa gastronomia. A broa é a rainha da festa que já conquistou fãs além das fronteiras da freguesia e recebe visitantes de todo o concelho e, até mesmo, de toda a região Norte do país. Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, assim como diversos vereadores da autarquia, marcou presença na cerimónia de abertura, que ocorreu no passado dia 26 de agosto. Este ano, durante os fins de semana, a Festa da Broa tem um custo de um euro de entrada, um apoio simbólico para a organização, e que pode ser descontado no interior do recinto, em compras superiores a dez euros.
Depois de dois anos em que os constrangimentos da pandemia da Covid-19 impediram a realização de festas, romarias e festivais, 2022 é o ano dos regressos, e com ele voltou, também, a já tradicional Festa da Broa de Avintes. A freguesia volta a receber o cheiro da broa junto ao rio, entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro, numa programação repleta de música, animação, teatro, carrosséis e boa gastronomia. Além dos produtores da broa de Avintes, que estão presentes com os seus stands, também as coletividades têm a oportunidade de atender, nas suas barraquinhas, os visitantes da feste a angariarem, assim, alguns fundos para a sua atividade anual. Além disso, as que não estão presentes com stands, participam, muitas vezes, na animação do recinto, com pequenas demonstrações ou até mesmo atividades lúdicas para os mais pequenos.
O primeiro dia de festa contou com a cerimónia de abertura da 33ª Festa da Broa, onde aconteceu o Desfile de Coletividades e da Marcha Sanjoanina de Avintes. Seguiu-se, nessa noite, a atuação do grupo Sentido Proibido. No dia 27, houve a encenação d’A vista do Conde de Avintes e, depois, o momento alto da noite, o espetáculo de Luís Represas, com o acompanhamento da Banda Musical de Avintes. No primeiro domingo do certame voltou a acontecer a encenação d’A vista do Conde de Avintes, subindo ao palco, nessa noite, Jay Oliver. Para segunda-feira, dia 29 de agosto, ficou reservado o Dia da Dança, com a atuação Dare to Dance, do Grupo Mérito. Seguiu-se, na terça-feira, o Dia do Teatro, com três atuações, Genebra Pereira, A Aventura de D. Quixote e Sancho Pança e Carrapatada, uma vez que esta é uma das expressões culturais mais importantes da freguesia de Avintes. A 31 de agosto comemorou-se o Dia do Folclore, onde aconteceu a já tradicional Desfolhada, protagonizada pelo Rancho Folclórico da Senhora do Monte.
Hoje, dia 1 de setembro, é noite de subir ao palco, novamente, a peça A Aventura de D. Quixote e Sancho Pança, pelos Plebeus Avintenses, e, mais tarde, atua José Pereira.
A 2 de setembro acontece o denominado Dia da Juventude, que conta com a atuação de Miguel Lunet e o espetáculo de Master Jake. No último sábado da Festa da Broa, volta a acontecer A visita do Conde de Avintes e sobem ao palco os Trabalhadores do Comércio. Para o dia 4 de setembro, último do certame, ficou reservada a passagem pelo recinto do V Trail da Broa de Avintes, novamente a encenação d’A visita do Conde de Avintes, a encenação da peça Carrapatada dos Plebeus Avintenses e termina com a atuação do Expresso 86.
Além desta programação, todos os dias há carroceis, divertimentos e jogos tradicionais, assim como uma encenação d’O Homem dos Vira Ventos, levada a cabo pelos Plebeus Avinteses. A Ilha Mágica também protagoniza, diariamente, a Música do Realejo e há também a atuação de Giovani Montini. Todos os dias às 19h, acontece o Broacooking, com apresentações de pratos, cuja broa de Avintes é a rainha, e às 24h, dá-se a tradicional queimada, organizada pela Ilha Mágica. Aos fins de semana é possível, ainda, observar algumas encenações referentes a profissões antigas da freguesia, como o amolador de facas e navalhas, o vendedor da banha da cobra, o matador de porcos e os pescadores.
O Jornal AUDIÊNCIA esteve presente na Cerimónia de Abertura do certame, que contou com o Desfile de Coletividades e da Marcha Sanjoanina de Avintes, que abriu o recinto com a sua atuação. Neste momento simbólico esteve presente Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, assim como diversos vereadores da autarquia gaiense. A Marcha dançou, cantou e encantou, e seguiu-se o momento oficial da abertura, com Cipriano, Castro, presidente da Junta de Freguesia de Avintes, e Eduardo Vítor Rodrigues a subirem ao palco e dirigirem algumas breves palavras aos presentes. O edil gaiense lembrou que “volvidos estes dois anos estamos todos imbuídos do espírito de uma verdadeira Festa da Broa”, lembrando que essa verdadeira “é aquela que nos aproxima, que nos traz ao contacto uns com os outros, onde nós estamos com quem gostamos, é uma festa onde sentimos o valor do movimento associativo, e onde valorizamos as nossas raízes, valorizamos as nossas identidades”. Eduardo Vítor Rodrigues deixou ainda uma mensagem de parabenização à organização, em especial a Cipriano Castro por proporcionar uma festa extraordinária a quem a visita e a quem é de Avintes. “Agradecendo o convite, declaro aberta a Festa da Broa”, terminou.
Em conversa com este órgão de comunicação no primeiro dia da festa, Cipriano Castro, revelou que “este ano confesso que foi muito mais difícil porque “estamos todos emperrados de dois anos parados, mas com o esforço de todos, dedicação de muitos voluntários das coletividades, da Junta, da Câmara, das Águas de Gaia, está aqui a Festa da Broa, de pé e a funcionar, e vão ser 10 dias de muita alegria”. A dificuldade passou, também, pelo aumento dos preços de muitas das coisas necessárias para a realização do evento. “Houve coisas que, nestes três anos, aumentaram mais de 50%, nomeadamente as tendas, as próprias exigências em termos de segurança, da Proteção Civil, aumentaram, a legislação também mudou, tudo mudou, e isso foi um dos fatores que contribuiu para que não fosse fácil arrancar”, explicou o autarca. Foi, também, devido a isto que, este ano, a Festa da Broa tem uma componente paga em alguns dias. “Foi por isso que nós pensamos que seria uma oportunidade, para todos nós, de uma forma quase simbólica (…) contribuirmos com um simples euro, que é revertível em consumo, ou seja, nem sequer é um bilhete que as pessoas pagam, é apenas um adiantamento do qual, depois, podem usufruir na restauração ou no artesanato”, referiu Cipriano Castro sobre o euro de entrada pago nos fins de semana da Festa da Broa e que pode ser descontado em compras superiores a 10 euros no interior do recinto.
Além do público que já sentia falta da animação e do convívio que este evento proporciona, eram as coletividades quem mais ansiava o regresso da Festa da Broa, até porque, como Cipriano Castro explicou, “esta é uma forma deles angariarem um fundo de maneio para as atividades que realizam ao longo do ano”. Também para esclarecer e acalmar as críticas, o presidente da Junta de Freguesia de Avintes deixou claro que a Junta não ganha dinheiro com as tendas alugadas às coletividades. “É uma critica que recebemos, de que nós estamos a ganhar dinheiro com a Festa, mas não. As coletividades pagam e, este ano, infelizmente, pagaram mais do que pagaram há três anos atrás, porque os stands estão mais caros, mas o que elas pagam é o que ele custa, nós não temos qualquer ganho”, esclareceu.
Quanto ao programa, acima detalhadamente descrito, Cipriano Castro referiu que se trata do mais diversificado possível, afinal de contas, esta é uma festa para todas as idades, aliando a música nacional aos artistas da terra. “Já nas últimas duas edições, e esta é a terceira vez, que a Banda Musical de Avintes dá suporte a um artista consagrado, tivemos o FF, a Simone de Oliveira e, agora, o Luís Represas. Mas depois temos, também, para um rock da pesada, os Trabalhadores do Comércio, para os da minha idade lembrarem-se da sua juventude, e para os mais jovens temos o Master Jake e o Jay Oliver”, destacou o autarca do cartaz.
A Festa da Broa já não é apenas uma festa de Avintes. “Nós somos orgulhosamente avintenses, mas também somos, orgulhosamente, gaienses. Naturalmente que a broa de Avintes é um produto gastronómico de excelência de Vila Nova de Gaia, por isso, atrai pessoas não só de Avintes, mas também de Gaia, e de toda a região norte”, referiu o autarca, lembrando que só assim faz sentido. “A Junta de Freguesia não poderia gastar o dinheiro se não fosse no sentido de investimento na promoção da freguesia, na promoção da broa, e das nossas associações”, concluiu.
De destacar, ainda, que, este ano, há figuras da padeira de Avintes à venda e que as pessoas podem adquirir e pintar ao seu gosto, para ter, durante todo o ano, um pedacinho de Avintes e da tradição da broa, em sua casa.
No primeiro dia da festa, o AUDIÊNCIA foi ainda ouvir um fabricante da broa e uma coletividade com stand gastronómico no evento. Fátima Neto, da Padaria Neto, referiu que os dois anos que passaram de pandemia foram difíceis. Apesar de venderem para hipermercados, churrasqueiras, e outros, as vendas caíram, no entanto, em 2022, as coisas estão a regressar ao normal. Quanto à Festa da Broa, Fátima Neto garantiu que se sentiu falta e que havia, inclusive, algum medo de como iria correr, “mas, sinceramente, para primeiro dia, e se continuar assim, parece-me que vai ser positivo”, referiu. Fátima Neto elogiou o facto de haver, no certame, chefs a fazerem receitas com este ingrediente, o que considera vantajoso para os padeiros e produtores verem todas e as novas potencialidades dos seus produtos.
Já Tiago Ferreira, presidente da União Académica de Avintes, interrompeu a grande azafama da tenda para falar uns minutos com este órgão de comunicação. “Foi difícil a organização, acima de tudo, porque foram dois anos parados, temos muitas pessoas novas, perdemos alguns elementos que já eram muito experientes na Festa da Broa e, por isso, essa parte foi difícil. A organização, cá no recinto, também foi difícil, porque este ano aceitamos o desafio de termos duas tendas montadas, com dois tipos de serviços distintos, mas também para servir melhor o público porque acreditamos que a Festa da Broa este ano vai, verdadeiramente, explodir em termos de participantes e visitantes”, disse, sobre o facto da tenda da União Académica ter o serviço de restaurante normal, e uma tenda apenas dedicada ao serviço take-away. Diariamente trabalham no stand da União Académica de Avintes entre 30 a 40 pessoas e, no total, em toda a festa, há mais de 70 pessoas a trabalhar, uma logística complicada, porém, boa e que fez falta, “não só pela questão monetária, mas, acima de tudo, pela coesão de grupo, porque é nestes ambientes que nos conhecemos melhor”, explicou Tiago Ferreira.
O dinheiro esse, tem um fim ainda mais especial este ano. “Os objetivos passarão, sempre, pela aposta na juventude, tentando alargar, agora, um bocadinho o espectro de pessoas que conseguimos alcançar, principalmente, entre os jovens. Obviamente que este ano há a novidade da construção da nova sede da União Académica de Avintes, dará nos aqui uma ajuda, para além da Câmara Municipal e da Junta de Freguesia, a Festa da Broa será sempre um contributo para nós próprios, também, conseguirmos investir”, terminou o presidente da associação, que fez um balanço muito positivo do primeiro dia.
Depois da Festa da Broa, Avintes não pára e já se pensa nas próximas atividades e obras. “Em termos de animação, vamos organizar o nosso Largo de Natal, que com o Largo do Palheirinho renovado pela Câmara Municipal, vai ser um Natal e um mês de dezembro, seguramente, muito animado. Depois, há inúmeras coisas que a Câmara, em conjunto com a Junta, está a pensar, nomeadamente aqui na frente de rio, como a conclusão das obras na zona do Espinhaço e na zona do Esteiro”, terminou Cipriano Castro.