“FOMOS MUITO ACARINHADOS DURANTE ESTE FESTIVAL”

O Rancho Folclórico e Cultural de Nossa Senhora do Monte, de Pedroso e Seixezelo, participou no Festival Ilha Verde, em São Miguel, organizado pelo Grupo Folclórico Ilha Verde. Os 10 dias na “ilha verde” dos Açores deixarão saudades aos 31 membros do grupo.

De 1 a 11 de agosto o Rancho Folclórico e Cultural de Nossa Senhora do Monte passou pela Ilha de São Miguel num intercâmbio com o Grupo Folclórico Ilha Verde. O principal motivo da sua vinda, o festival de folclore, aconteceu na noite de dia 2 de agosto em Ponta Delgada, com a atuação no Festival Ilha Verde.

Os 10 dias que estiveram nos Açores ficaram marcados pela receção que tiveram na ilha e com a possibilidade de a conhecerem: na Ribeira Grande tiveram a oportunidade de visitar a fábrica de licores Mulher do Capote e estiveram também presentes na assinatura do protocolo de intenção de geminação entre as freguesias de Ribeira Seca e Pedroso e Seixezelo, na Ribeira Seca, freguesia onde fizeram uma atuação para os curiosos que se juntavam na rua para vê-los e ouvi-los; passaram também pelas Furnas, onde experimentaram o ‘Cozido das Furnas’ e até visitaram as Sete Cidades.

O presidente daquele rancho, Manuel Silva, afirmou ao AUDIÊNCIA que a viagem aos Açores foi surpreendente, a começar pelo facto de terem estado uma hora no palco, quando apenas teriam de estar 30 minutos. No entanto, “como a adesão do público foi boa”, a atuação foi-se prolongando, tendo o grupo posto “toda a gente integrada no rancho”.

“Fomos muito acarinhados durante este festival”, relembra Manuel Silva. “O que mais me agradou foi ver que as pessoas não foram embora.”

Pela primeira vez em São Miguel, o Grupo Folclórico Ilha Verde proporcionou ao rancho de Pedroso e Seixezelo experiências inesquecíveis. Manuel Silva confessa que “esta gente é diferente. Ainda há pouco disse ao Mário Jorge [presidente do Grupo Folclórico Ilha Verde] que não sei como é que os vou receber. Ainda julgava que recebíamos bem, e recebemos, mas nunca pensei encontrar quem recebesse tão bem ou melhor que nós”.

Ainda que a vontade de vir a São Miguel fosse muita e o grupo andasse a preparar-se há dois anos, os fundos monetários que reuniram nunca eram suficientes, já que havia outro grande projeto em mãos: pintar a sua sede, de modo a que esta pequena manutenção a faça ter condições de receber as iniciativas que lá proporcionam.

No entanto, a solução foi encontrada junto da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, bem como da Junta de Freguesia de Pedroso e Seixezelo e, ainda, dos empresários e respetivas famílias que acompanharam o rancho: António Ferraz, Paulo Leitão e António Marques.

Manuel Silva chega a dizer que “a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia tirou-nos um fardo das costas… infelizmente as coletividades não têm dinheiro. Estamos muito agradecidos à Câmara Municipal, à Junta de Freguesia e àqueles que nos acompanharam até aos Açores”. Da mesma forma, foi graças ao apoio de Manuel Clemente, das Tintas Silaca, que a sede ficará, brevemente, devidamente arranjada, e o grupo poderá realizar os eventos que lhe são característicos.

 Para o futuro o objetivo é “dar continuidade a este trabalho: tentar arranjar dinheiro para o ano irmos a Espanha, se Deus quiser”.

Quanto ao anúncio feito pelo diretor do AUDIÊNCIA, Joaquim Ferreira Leite, no que diz respeito a homenagear Manuel Silva na próxima Gala, este afirma: “estarei aqui em fevereiro”, lamentando que “tenha tido que vir aos Açores para o meu trabalho ser reconhecido. Estive 32 anos a ser presidente de uma coletividade, é uma vida. Vou continuar a ser igual a mim próprio, a ser humilde e estar agradecido”.

O AUDIÊNCIA também falou com Mário Jorge Raposo, que se demonstrou satisfeito pela forma como o festival decorreu. Ainda que todo o trabalho que o grupo tenha, o balanço é positivo. O principal responsável pelo festival assegura que “a parte logística é fácil”, já que o evento se insere nas Noites de Verão da Câmara Municipal de Ponta Delgada”, sobrando a alimentação, os transportes e o alojamento.

Um dos momentos mais criativos dos intercâmbios feitos por este grupo é o dia da “Troca de Gastronomia”. Mário Jorge Raposo explica: “quando saímos daqui levamos o que é ‘tradicional’ para nós. Geralmente levamos o chicharro frito com o molho de vilão. Como eles é que cá estão, convidámo-los a fazerem-nos um jantar também, para provarmos a sua gastronomia”. No caso em concreto a ementa foi a Francesinha à moda do Porto e para sobremesa rabanadas.

Findo este festival (em que também participaram o Grupo Folclórico de São José da Salga, o Grupo Folclórico das Camélias [Furnas], e o Grupo Folclórico da Casa do Povo de Água Retorta] resta ao Rancho Folclórico e Cultural de Nossa Senhora do Monte e ao Grupo Folclórico Ilha Verde esperarem pelo reencontro entre ambos em julho de 2020, em Pedroso e Seixezelo.