IV FESTIVAL DO FERVEDOURO RECEBEU CERCA DE MEIO MILHAR DE PESSOAS

A Junta de Freguesia da Ribeira Grande – Matriz organizou, no dia 19 de novembro, a quarta edição do Festival do Fervedouro, um evento que tenta enaltecer esta sopa, não deixando morrer a tradição e chamando a atenção dos jovens para ela. André Mendonça, autarca da localidade, fez um balanço positivo desta edição, que recebeu cerca de 500 pessoas, e contou ao AUDIÊNCIA que o objetivo é que os restaurantes da freguesia colaborem com a Junta e incluam o fervedouro nas suas ementa.

 

 

 

Foi no dia 19 de novembro que o Pavilhão Fernando Monteiro recebeu a quarta edição do Festival do Fervedouro, organizado pela Junta de Freguesia da Ribeira Grande – Matriz, depois de dois anos em que a iniciativa não se pôde realizar, fruto dos constrangimentos impostos pela pandemia da Covid-19, que assolou o país e o mundo.

Treze instituições responderam ao desafio da Junta e apresentaram à população 17 sopas ou fervedouros, muitas delas fazendo recuar a memória aos tempos dos nossos avós. Foi uma noite de tradições, sabores e vivências à moda antiga, que contou com a presença de José António Garcia, vereador da Câmara Municipal da Ribeira Grande, bem como de diversos autarcas das freguesias que participaram com a Matriz no evento.

André Mendonça, presidente da Junta de Freguesia da Ribeira Grande – Matriz, admitiu que “correu muito bem e as expectativas foram ultrapassadas, uma vez que tivemos cerca de 500 pessoas no pavilhão”, assumindo que teve de existir um reforço no número de mesas e bancos, face ao previsto, mas assegurando que “felizmente, não faltou sopa para ninguém”.

“O principal objetivo do Festival do Fervedouro é manter as nossas tradições, não as deixar morrer e chamar a atenção dos nossos jovens para elas. O fervedouro é uma sopa muito típica, aqui, na Ribeira Grande e, de forma geral, em São Miguel, sendo os seus ingredientes base a couve, o chouriço e a carne de porco. Era uma sopa muito consumida antigamente, principalmente nesta estação do inverno e no seio das famílias mais pobres”, contou, ao AUDIÊNCIA, o autarca, que apelidou o festival como “um evento familiar, para todas as gerações”, aludindo que os mais velhos mataram saudades, reviveram memórias e degustaram os sabores de antigamente, enquanto os mais jovens tiveram contacto com um componente da alimentação que, apesar de hoje não ser tão usado, faz parte da história da ilha e esteve presente na mesa dos avós, por exemplo.

Aderiram ao IV Festival do Fervedouro as Juntas de Freguesia da Matriz, através do projeto Viver +, do Pico da Pedra, da Ribeira Seca, da Ribeirinha, de Porto Formoso, da Lomba da Maia e de Fenais da Ajuda, bem como as associações Matriz em Movimento e Cais do Remar, a Casa do Povo da Ribeira Grande, o CASA – Bernardo Silveira Estrela, o Centro de Bem-Estar Ferreira Cabido e o Agrupamento 645 da Ribeira Grande.  A noite foi animada, musicalmente, pelo Grupo Folclórico de Santa Bárbara.

“É um investimento para as pessoas, um investimento da freguesia no convívio e, também, nas gerações futuras, porque, como já referi, o nosso lema é o de não deixar morrer a tradição, no caso, a gastronomia”, referiu, ainda, André Mendonça sobre o evento.

Quanto ao futuro, o edil garantiu que, se não houver outros constrangimentos, em 2023, realizar-se-á a quinta edição do festival. “Temos os pés bem assentes na terra, ou seja, vamos continuar, para o ano, com a quinta edição do nosso Festival do Fervedouro, mas, além disso, vamos pedir a colaboração dos restaurantes da freguesia, para que possam ter a nossa sopa, nas suas ementas, durante todo o ano, ou, pelo menos, na estação do inverno. Isso sim, é o nosso objetivo e seria excelente”, afirmou.

Relativamente à possibilidade de o evento crescer e acabar por ocupar, por exemplo, um fim de semana em vez de apenas um dia, André Mendonça não descarta a ideia, mas garantiu que o caminho se faz “um passo de cada vez. Vamos caminhar para isso e, futuramente, nunca se sabe, mas, neste momento, queremos fazer o festival no seu dia e, com ele, publicitar a nossa Matriz e a nossa Ribeira Grande, que é o fundamental”.