JOAQUIM FERREIRA LEITE AFIRMA: GALA AUDIÊNCIA É “UM REFORÇAR DE LAÇOS DE AMIZADE QUE NÃO HÁ MAR QUE RESISTA”

O programa televisivo ‘Atlântida’ teve como local de eleição para a emissão do passado dia 2 de fevereiro a cidade da Ribeira Grande. Dentro do grande leque de convidados do apresentador Sidónio Bettencourt, estava Alexandre Gaudêncio, presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, bem como Joaquim Ferreira Leite, diretor do Jornal AUDIÊNCIA. Os principais temas abordados durante aquela tarde passaram pela noite do Cantar às Estrelas, bem como pela XIV Gala Audiência.

A 2 de fevereiro o Atlântida emitiu a partir da Ribeira Grande para recordar a noite do dia 1 de fevereiro, marcada pelo Cantar às Estrelas (uma tradição ribeiragrandense que tem como objetivo homenagear Nossa Senhora da Estrela através de cânticos, juntando milhares de pessoas num desfile pela principal rua da cidade, passando pelos Paços do Concelho e tendo como destino a Igreja Matriz [igreja de Nossa Senhora da Estrela]). A par deste mote, esteve também a XIV Gala Audiência, que teve lugar no Teatro Ribeiragrandense, na noite de 2 de fevereiro. Deste modo, o diretor do AUDIÊNCIA bem como os convidados da Gala estiveram presentes no programa.

Durante a entrevista de Sidónio Bettencourt a Alexandre Gaudêncio, foi referida a “afinidade” entre Vila Nova de Gaia e Ribeira Grande, consequência da convivência entre os dois concelhos com a vinda do Jornal AUDIÊNCIA bem como da Gala Audiência para a Ribeira Grande. O autarca diz que há “parcerias que achamos muito positivas e que queremos promover, desde logo com a questão do turismo. Gaia e Porto estão na moda, os Açores, felizmente, já estão na moda, e a Ribeira Grande não quer ficar atrás.”

O autarca ribeiragrandense fez também referência à Confraria da Pedra, que participou no desfile do Cantar às Estrelas com o Grupo da Escola Profissional da Ribeira Grande: “a Confraria da Pedra dedica-se, acima de tudo, a quem já trabalhou na pedra, e como a Ribeira Grande sempre foi famosa pelos seus pedreiros, julgo que há aqui uma parceria muito positiva que poderá ser desenvolvida no futuro”.

Ainda sobre o turismo em fase crescente na Ribeira Grande, Alexandre Gaudêncio diz estarem a acontecer na Ribeira Grande “os maiores investimentos turísticos de toda a região”.

“São 14 empreendimentos turísticos que já estão licenciados pela autarquia. Temos o primeiro hotel de cinco estrelas em fase final de construção, e prevê-se que num espaço de dois ou três anos, possam nascer esses 14 novos empreendimentos turísticos. Estamos a falar de 80 milhões de euros de investimento privado, com a criação direta de 300 postos de trabalho.” O presidente da Ribeira Grande diz que “isto não aparece por acaso. Desde que tomámos posse quisemos traçar um plano estratégico, principalmente para o turismo, adivinhando o que viria a acontecer com a liberalização do espaço aéreo”. Neste âmbito, Alexandre Gaudêncio afirma que tem-se vindo a fazer uma “requalificação urbana”, dando o exemplo do Largo Hintze Ribeiro e da “requalificação marítima da cidade” que irá “virar a cidade para o mar de uma vez por todas”.

A XIV Gala Audiência foi outro destaque no programa dirigido por Sidónio Bettencourt. De acordo com o diretor do jornal, Joaquim Ferreira Leite, “para além desta gala distinguir individualidades e instituições, é também um reforçar de laços de amizade que não há mar que resista. Vamos ter na gala pessoas de, pelo menos, quatro continentes. O que está em causa é, efetivamente, a solidariedade, viver em sociedade e viver bem”.

Questionado sobre a “geminação” entre as duas cidades (Ribeira Grande e Vila Nova de Gaia), Joaquim Ferreira Leita afirma estarem “abertas vias para que isso aconteça”. No mesmo âmbito, “está na génese uma confraria na Ribeira Grande. Já há contactos bastante avançados para que exista uma confraria, cuja madrinha será a Confraria da Pedra. Não sei se vai concretizar já ou se ficam os alicerces”. Outra das novidades dadas pelo diretor do Audiência, é a geminação da freguesia de Pedroso e Seixezelo (vencedora do Troféu Ideias & Projetos 2018 pela implementação do projeto “Um Bebé… Um Futuro!), cujo presidente de Junta de Freguesia é Filipe Lopes, com uma freguesia do concelho da Ribeira Grande: “em agosto próximo [Filipe Lopes] vai geminar a sua freguesia com uma freguesia da Ribeira Grande. Será entre 1 e 11 de agosto, quando o Rancho Folclórico e Cultural de Nossa Senhora do Monte vier o festival de folclore do Grupo Folclórico Ilha Verde em Ponta Delgada.”

José Carlos Leitão, Chanceler da Confraria da Pedra, e Manuel Carvalho, confrade honorário desta confraria, também estiveram presentes do programa televisivo açoriano. Orgulhoso, José Carlos Leitão afirma fazerem “muitos quilómetros para representar Gaia e para falar na memória dos pedreiros”, garantindo que esta confraria dedica-se ao apelo “à cultura e à memória de quem trabalhou na pedra”.

Ainda sobre a confraria ribeiragrandense que está em fase de iniciação, o chanceler conta que foram desafiados pelo confrade Alexandre Gaudêncio para “meter o «bichinho» a um grupo de amigos aqui”. Este é um projeto que “está em embrião”, mas José Carlos Leitão afirma que a Confraria da Pedra ajudará a definir esta nova confraria, bem como os seus objetivos.
Além das imagens referentes à noite do Cantar às Estrelas que se faziam ver durante a emissão do programa, foram também convidados intervenientes diretos daquela noite de tradição ribeiragrandense. Filipe Jorge, vereador da Cultura da Câmara Municipal da Ribeira Grande, explicou aos espectadores que a primeira edição do Cantar às Estrelas surgiu em 1994, durante o primeiro mandato de António Pedro Costa como presidente da Câmara Municipal, confessando que “de ano para ano temos assistido a uma maior participação de grupos”, tendo esta edição contado com 38.

Por outro lado, o vereador fez ainda referência a outra tradição do concelho, abordando a missa que se realizou na madrugada do dia 3 de fevereiro, na Igreja Matriz, havendo depois uma procissão que “leva a imagem até à Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Ribeira Grande, associação esta que tem como padroeira Nossa Senhora da Estrela”.

António Pedro Costa, antigo presidente do município, teve ainda oportunidade para falar sobre o lançamento do seu livro intitulado “A Cidade das Estrelas”, lançado no âmbito das comemorações dos 25 anos de Cantar às Estrelas no passado dia 30 de janeiro. De acordo com o autor, “o título resume o que é a festa destes dias na cidade da Ribeira Grande” e pretende ser um registo para os vindouros do que era esta festa, como foi que apareceu, como evoluiu, qual o seu contexto e como chegou aos dias de hoje”. Durante a sua participação no programa, António Pedro Costa defendeu que “as novas gerações precisam de conhecer [a tradição] e os mais velhos precisam de avivar a memória.”

Também no âmbito desta noite, Sónia Moniz, coordenadora do Cantar às Estrelas, fez recordar a tradicional cesta que todos os grupos portam durante o desfile. De acordo com a mesma, podem conter licor, biscoitos, malassadas, rosas do Egito, quadrados de abóbora, entre outros artigos, ou seja, “produtos que são uma referência em qualquer mesa do Cantar às Estrelas”.

Desafiado para participar no Cantar às Estrelas e sendo também convidados da XIV Gala Audiência, acabando por serem distinguidos com o Troféu Portugalidade 2018, esteve o Grupo Estrelas da Diáspora, Amigos da Ribeira Grande na Nova Inglaterra. Irene Melo Alves, presidente da Comissão dos Amigos da Ribeira Grande na Nova Inglaterra e responsável pelo grupo Estrelas da Diáspora, fez saber que o convite para estarem presentes como grupo surgiu de Alexandre Gaudêncio: “o ano passado vim cá, com o meu marido, e foi nos feito o convite tipo desafio para fazermos um grupo este ano. A ideia de vir ao Cantar às Estrelas já vem de há muitos anos na comissão. Houve até uma altura em que estávamos à procura de gente para aderir. Este ano, estão os amigos da Ribeira Grande, mas também os «amigos dos amigos», por isso o grupo é maior”. A música que interpretaram tem como título “Cantar às Estrelas”, e conta com letra de Alfredo da Ponte e música de José António Garcia (músico ribeiragrandense e presidente da Assembleia Municipal da Ribeira Grande).

O Atlântida contou ainda com a presença de dois artistas que viriam a atuar na XIV Gala Audiência: o fadista Miguel Bandeirinha com os seus músicos André Mariano e Manuel Costa, e também com o artista Jorge Martinez.