TAÇA FUNDAÇÃO PONTE DE LIMA JÁ SUPEROU UM QUARTO DE SÉCULO

Para quem, como eu, em 15 de Setembro desse longínquo 1995 testemunhou a disputa do torneio inaugural do Axis Golfe de Ponte de Lima, com a realização da I Taça Fundação, a 27ª edição do evento, no percurso então dirigido por Manuel Francisco de Miguel, só veio confirmar a solidez da empresa que havia confiado o desenho do percurso aos irmãos Daniel Silva e David Silva, dois profissionais com “raízes” nortenhas, apesar de ambos se terem radicado na região do Algarve, zona do país com condições climatéricas mais propícias à prática do golfe, cuja modalidade nasceu no Reino Unido, sendo hoje praticada por milhões de pessoas, em todo o mundo.

Com efeito, recordando esse “drive” histórico dos finais do milénio, que eu acompanhei a par e passo e que projectou e internacionalizou a vila e o percurso limiano no panorama da modalidade, a Taça Fundação foi ganhando “raízes”, sem nunca, em ano algum, ter deixado de honrar os propósitos dos responsáveis pelo projecto, em cuja inauguração estiveram em “peso” as forças vivas deste Município minhoto do distrito de Viana do Castelo, nomeadamente, o então Bispo de Viana, D. Armindo Lopes Coelho, já falecido, D. Duarte Pio de Bragança e o Conde de Calheiros, entre muitas figuras ligadas à região e à modalidade.

Álvaro Araújo “coroado”

na 27ª edição do torneio

Em relação à edição deste ano, cujo evento contou com a participação de oito dezenas de praticantes, entre associados do clube e convidados, muitos deles originários da vizinha Galiza, a 27ª edição recentemente disputada, teve vários vencedores, em função das três categorias competitivas em que foram agrupados os detentores dos diversos “handicaps” inscritos. Todavia, como a Comissão de Provas do clube entendeu dar a oportunidade de participarem os jogadores dos mais diversos níveis de competição, agrupou os jogadores inscritos em três categorias distintas, a saber: a 1ª categoria para os detentores dos “handicaps” mais baixos, ou seja, os mais credenciados, de zero a 12.8; a segunda entre 12.9 e 18.1, agrupando a terceira categoria o maior número de participantes (cerca de 40), a partir dos inscritos de “handicap” 18.2 até ao máximo de 28. Trata-se, afinal, de proporcionar o máximo de oportunidades aos concorrentes, sem, deixar de premiar os competitivamente mais aptos.

Por isso, num cenário em que Joaquim Manuel Pinto (“hdcp” 3), Higino e Tiago Araújo (“hdcp” 5) e o miramarense Paulo Correia de Oliveira (“hdcp” 7) surgiam como os mais credenciados para poderem lutar pelo triunfo absoluto, foi Álvaro Araújo (12 de “handicap”) que se catapultou para o primeiro patamar do pódio, ao rubricar um “scorecard” com 30 pontos “gross”, para inscrever o seu nome na lista dos vencedores, seguido de João Amorim (“hdcp” 8), que se ficou pelos 27. Porém, os vencedores parciais também têm os seus méritos, já que a expressão do “handicap”, é o elemento diferenciador do nível competitivo de um golfista amador, cujo agrado em prova é, no mínimo, em aproveitar a bonificação para se afirmar no seu nível de jogo.

Em relação à primeira categoria bonificada, Eric Gebel venceu destacado, com 40 pontos, à frente de Álvaro Araújo, com menos um. No entanto, a impossibilidade de acumulação promoveu à condição de segundo Carlos Fernandes, que não foi além dos 36 pontos.

Quanto à 2ª categoria, ganha pelo nórdico Eero Sillankorva (“hdcp” 18), com 40 pontos, Manuel Francisco de Miguel esteve até ao “putt” final na luta pela primeira posição do pódio. No entanto, a diferença de “handicaps” (Miguel jogou com menos três pancadas que Sillankorva) acabou por ditar leis, numa categoria em que Elisabete Fernandes mostrou bem as aptidões adquiridas na relação com o “mestre”, o seu falecido pai, Manuel Carneiro, que chegou a ser o profissional do percurso limiano.

Entretanto, na 3ª categoria, que congregou os “handicaps” mais altos (até 28), houve luta acesa dos dois primeiros pelo triunfo e também aqui o factor “handicap” foi determinante. Orlando Silva, que alinhou com um 22 de “handicap”, totalizou 39 pancadas, enquanto Carlos Filipe Silva, com apenas 19 pancadas de bonificação, foi segundo, com menos um.

Enfim, foi mais uma jornada intensa num percurso prestigiado e desde há muito consolidado. Porém, tal como sempre sucede nos dias de competição, quer a secretária do campo, Helena Queirós, bem conhecedora dos meandros do “club-house”, quer os membros da Comissão de Provas encarregados do escrutínio, não tiveram mãos a medir, para que nada falhasse.