TUNA MUSICAL “A VENCEDORA”: HOMENAGEM EM ANO DE CENTENÁRIO

No passado dia 22 de fevereiro, pelas 21h30, na Tuna Musical “A Vencedora” de Vilar de Andorinho, realizou-se uma noite de Teatro “Homenagem em Ano de Centenário“ com uma pequena homenagem de reconhecimento a uma senhora de Vilar de Andorinho com um passado brilhante, porque se movimentou galhardamente, por Terras de Portugal, com a idade de 100 anos, merece todo o respeito e com o nome de Tuna Musical “A Vencedora“ de Vilar de Andorinho.
Este momento de recordações, memórias, história Cultural desta maravilhosa Associação, com um passado brilhante a nível de músicos, atores, teatro, desportistas, permitiu ao público presente tomar conhecimento de um vasto trabalho e caminho Cultural e Associativo que, devido ao empenho e dedicação de dirigentes e sócios, deram vida e participaram em momentos de grande alegria, glória e emoção e orgulho, devido às magníficas atuações e prestações que apresentaram ao longo destes 100 anos, dignificaram e honraram o bom nome da freguesia de Vilar de Andorinho.
  Esta magnifica apresentação foi feita pela atriz Maria José Matos e pelo ator Manuel Monteiro. 
O espetáculo continuou com a representação de “Coroa de Rosas” de Carlos Morais, retrata o julgamento de um garoto sem família, que roubou para alimentar a sua irmã. Após a morte dela, ele volta a roubar, desta vez uma coroa de flores, para colocar na sua sepultura. Comovido, o Juiz absolve-o sob a promessa de que não voltaria a roubar.
  Este momento Teatral foi interpretado pelo ator e encenador José Meireles no papel juiz, e o Garoto pelo ator Luís Leite, pela primeira vez a pisar o palco e foi uma excelente revelação na arte de representar.
  O Teatro prosseguiu com a participação brilhante de um ator convidado, Eduardo Moura, que assumiu o personagem de António Aleixo e fez uma retrospetiva biográfica do poeta, apresentando, os pontos mais interessantes da vida do poeta e recitou  quadras populares. Toda a sua atuação foi perfeita e muito completa reforçando que um “poeta só morre quando é esquecido“ e terminou com um pensamento de Fiódor Dostoiévski que define bem o Poeta António Aleixo“Para uma inteligência elevada e com coração profundo o sofrimento é sempre inevitável. “
  O Auto do Curandeiro de António Aleixo foi representado com o seguinte elenco: Curandeiro – Hermínio Silva; Doente- Fabian Perea; Velha- Maria Pimenta; Pai agradecido-José Teixeira;1ª Vizinha- Mónica Pinto / Leonor Teixeira; 2ª Vizinha- Maria José Matos; 3ª Vizinha – Maria Soares; Doutor- Avelino Fernandes; Miúdo do arco – Alan Samuel; Irmão do doente – Manuel Monteiro; Ator convidado- Eduardo Moura.
  Os atores formaram uma equipa unida, empenhada e sobretudo com uma determinação que não os demoveu em momento algum, tentaram sempre ultrapassar todas as dificuldades, “acataram” todos os ensinamentos do encenador com dinamismo e resiliência e o resultado foi positivo, porque alguns dos atores sem experiência em palco, foram autênticas revelações, ao superarem o desafio na arte de representação.
  O encenador José Meireles ensinava aos seus atores que os personagens a representar não têm rosto, mas alma, sábio conselho.
  No final do espetáculo foi dada uma explicação ao público por Ana Santos sobre um pequeno número de revista “Ó Senhor de Matosinhos” que foi apresentado em 1927 no Teatro Avenida em Lisboa, nessa época as mulheres do Norte usavam saias até aos tornozelos e as de Lisboas eram mais atrevidas. Este número naquela altura foi criado para criticar a cidade, mas usaram o Porto, como referência para a sátira e por sinal muito bem-feita, pelo ator Estevão Amarante em (Vicente Paranhos) e atriz Maria Santos em (Maria Paranhos) no número “ Os dois Tripeiros “. Falaram de Ramalde e os paus no ar; e as catraias, quase nuas e de perna á bela. O público que assistia era muito do Porto, porque naquele tempo, ia muita gente trabalhar para a Capital, tomaram contra si as críticas e interromperam atuação agrediram os atores e quase partiram o Teatro.
  O certo é que o ator Estevão Amarante esteve três anos sem vir ao Porto. E foi assim que aconteceu como está relatado no livro “A Revista à Portuguesa “   
  O número “Ó Senhor de Matosinhos” foi interpretado por Avelino Fernandes; Leonor Teixeira; Maria José Matos; Maria Soares; Maria Pimenta; Ana Santos; à viola Francisco Almeida; acordeão António Luís Brandão ; bombo Alan Samuel. A ficha técnica teve como encenador; José Meireles; cenografia Adelino Pinho; Aderecista / Contra Regra Ana Santos; Luz / Desenho de Luz Pedro Cavadas e Lino Zé; Música / Desenho de Som Francisco Almeida; Técnico de Palco Rúben Santos.
  No dia 27 de fevereiro a Tuna Musical “A Vencedora“ de Vilar de Andorinho apresentou a Homenagem em Ano de Centenário no Auditório Municipal de Gaia, no Festival de Teatro Amador de Vila Nova de Gaia ( Festeatro XII 2025 )
  É caso para dizer com enorme entusiasmo que esta iniciativa que valoriza o Teatro Amador e acredita nas Coletividades que participam enriquece, culturalmente o ator e o publico.
 
  Viva o Teatro !
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