Alfredo Gonçalves candidatou-se ao cargo de presidente da direção da Associação Oliveirense de Socorros Mútuos e expôs, em entrevista ao AUDIÊNCIA, as suas ideias, anseios, objetivos e ambições para os destinos da instituição.
Qual o comentário à convocação de eleições para os órgãos sociais da Associação Oliveirense de Socorros Mútuos e se as considera a melhor solução no momento e porquê?
No momento eu considero-as a melhor solução, aliás eu participei nessa Assembleia Geral em que foi declarada essa solução, porque a Associação, neste momento, vive momentos muito conturbados, nomeadamente a nível de órgãos sociais e, portanto, a solução é exatamente a que deve ser tomada, neste contexto.
Qual a razão principal da disponibilidade para encabeçar uma lista à direção?
A razão principal é unicamente o bem-estar e a elevação da Associação. Vamos ver, aquando da destituição desta direção e destes órgãos sociais, por motivos que lhes são imputados, nomeadamente pela demissão do presidente do Conselho Fiscal, eu estava impávido e sereno. Algumas pessoas, que pertencem às forças vivas da freguesia e da cidade, acharam que eu era uma das soluções para encabeçar uma lista. Entretanto, eu acedi a essa pretensão das pessoas, reuni com várias pessoas, reuni com vários órgãos da freguesia, reuni com vários órgãos da cidade de Gaia e achei que tinha potencialidades para duas coisas, a primeira, a levantar a Associação em termos económicos, a segunda, elevar a Associação àquilo que ela merece após 126 anos da sua criação.
Quais as grandes linhas gerais do programa que a lista que lidera tem para apresentar aos sócios?
O primeiro grande tópico do programa é o diálogo, diálogo com a Câmara, diálogo com a Junta, diálogo com a Liga das Associações de Socorros Mútuos, de quem somos sócios fundadores, e diálogo com todos os parceiros, credores, devedores, sócios, agências funerárias, etc., toda a envolvência que a própria Associação tem, e depois temos várias coisas para fazer, muitas delas são de capital importância para a Associação e para a vida da Associação. Começamos, desde já, com a auditoria externa às contas da Associação, neste momento ninguém sabe as contas da Associação, neste momento ninguém sabe quantos sócios temos ao certo, neste momento ninguém sabe quanto é que se deve, por exemplo, às agências funerárias e todos nós sabemos que o pagamento às agências funerárias é a principal finalidade da criação de uma Associação de Socorros Mútuos. Como sabe, a Associação de Socorros Mútuos nasce, principalmente, das carências das pessoas em terem possibilidades de fazerem funerais dignos e as associações nasceram por essa via. Neste momento, e segundo as informações da própria direção em Assembleia Geral, a Associação deve 67 mil euros de subsídios a funerais e eu não acredito nestes valores, vou-lhe ser muito franco, considero que é um valor maior, mas o que está dito, está dito e a direção é que sabe. Há pouca informação, também, cá para fora, para os sócios da Associação e eu pretendo, também, mudar isso tudo e dar informação total e integral de tudo o que se faz, de tudo o que se gasta e de tudo o que se investe. E depois temos outras coisas que também devem ser de capital importância, que são as mais-valias que a Associação pode ter, por exemplo, a nível médico, nós temos três ou quatro especialidades. Como alguém dizia, e alguém importante aqui na cidade, que nós temos a valências médicas que mais ninguém quer, eu não acredito nisto, mas é o que dizem, nós temos podologia, temos análises clínicas, temos estomatologia e pouco mais. Portanto, nós, e quando eu digo nós, digo Associação, temos parceiros nos quais nos podemos alavancar e que nos podem ajudar. Nós nunca podemos viver sozinhos, nós vivemos numa sociedade e as instituições têm que ser ajudadas umas às outras e, neste momento, a Associação Oliveirense precisa de ajuda e é essa a minha grande função. Depois, temos uma coisa que é importante para mim que é a limpeza dos cadernos dos sócios, ou seja, saber quantos sócios temos, com quanto é que podemos contar por mês, etc., etc.. Os sócios precisam de saber isso e ninguém sabe isso neste momento. Há uns que dizem que temos 8 mil sócios, outros que dizem que temos 12 mil, outros que dizem que temos 10 mil e a variação de 8 para 12 são 4 mil pessoas e isto traduzido em números é muito dinheiro mensal, não sabemos o que é que temos.
É ou não verdade que a instituição vive momentos aflitivos no campo económico e financeiro? A ser verdade como vão ser solucionados? A Associação, por si, tem condições de ultrapassar esta, eventual, debilidade?
A Associação, por si, tem condições, desde que não se feche às forças vivas da cidade. É do conhecimento público em geral que havia um protocolo com a Câmara Municipal de Gaia que tinha de ser cumprido e, como sabe também, o protocolo tem direitos e deveres, aliás, numa reunião pública da Câmara o senhor presidente disse “está encerrado o protocolo. É minha pretensão reativar os protocolos, é minha intenção falar com todas as forças vivas da cidade, é minha intenção pedir ajuda a toda a gente. Neste momento a Associação vive momentos aflitivos, eu sei que sim, há coisas que não transparecem cá para fora, nem sou eu que as vou mandar, mas é possível, com as pessoas certas, reativar a Associação quer em termos financeiros, quer em termos éticos, o que não está a acontecer. A Associação anda nas bocas do mundo, pelas piores razões, é do conhecimento público que há duas denúncias anónimas, é do conhecimento público coisas que se passam na Associação, que não se devem passar, umas são verdade, outras são mentira, mas onde há fumo, há fogo e, portanto, nós temos capacidade, até porque somos uma equipa jovem, somos uma equipa formada por pessoas que não têm vícios de forma, a única pessoa que sabe mais ou menos o que se está lá a passar na direção, sou eu, portanto os outros quatro elementos são pessoas completamente novas, que têm vontade de trabalhar, que têm vontade de mostrar aos sócios que são capazes e a Associação vai vencer. Não nos esqueçamos que a Associação tem 126 anos. Eu sou sócio há trinta e tal anos, os meus pais são sócios, está lá o dinheiro de uma vida enterrado. Nós não podemos desfraldar as pessoas que apostam num futuro melhor ou num funeral digno ou numa assistência médica digna, não podemos desfraldá-las e é isso o que está a acontecer neste momento.
Conhecido, pela população, desde do surgimento da ideia como o “Lar da Junta de Freguesia” como encara no futuro o relacionamento entre a Associação e as autarquias (Junta de Freguesia e Câmara Municipal) relativamente à Quinta dos Avós empreendimento desta Associação?
O Lar Quinta dos Avós é algo que nós temos de ter muito carinho. Não foi ideia inicial da criação da Associação, mas foi surgindo e é uma coisa que é ótima para a freguesia e para a população. O diálogo com a Junta de Freguesia, o diálogo com a Câmara Municipal é de primordial importância, independentemente das cores políticas, nós não podemos viver assim. Eu sei que a atual direção incompatibilizou-se com o senhor presidente da Câmara e com o senhor presidente da Junta, sei disso, nós temos outra postura, não iremos entrar em confrontos, nós precisamos de ajuda, nós precisamos que Gaia tenha um lar como a Quinta dos Avós, com qualidade, com estrutura para manter as pessoas sadias, felizes até ao final da vida. Não se esqueça que um lar é quase a porta de entrada para algo que nós queremos esquecer e essa porta de entrada tem de estar bonita e tem de ser boa, temos de ter dignidade e nós queremos fazer isso e eu estou convencido que o senhor presidente da Câmara também quer, estou convencido também que o senhor presidente da Junta também quer, aliás, posso dizer-lhe que tive várias reuniões com o senhor presidente da Junta a manifestar-lhe esse desidrato e ele mostrou-se totalmente recetivo a esse propósito.
Sendo visível uma forte divisão na Associação, no caso de vencer, qual a forma que vai encontrar para sarar as feridas?
Temos de profissionalizar a instituição. Não podemos viver de uma forma artesanal, isto é, eu não posso passar por uma mercearia e comprar batatas só porque vi as batatas bem bonitas, não, nós temos de viver uma vida de forma profissional. A forma de estruturar e sarar as feridas é muito fácil, é restruturar toda a equipa técnica que está lá, e ao restruturar, não estou a dizer mandá-las embora e meter pessoas novas, não, as pessoas que estão lá são válidas, todas elas têm a sua função, todos nós somos importantes, agora têm de ser postas nos sítios devidos e essa é a forma com que nós vamos conseguir.
Qual a mensagem final que pretende transmitir aos sócios?
A minha mensagem final não será final, será de continuidade, é que acreditem que a Associação vai vencer, a Associação vive momentos maus, nós vamos conseguir elevar o nome da Associação, nós vamos potenciar as pessoas que lá estão. Nós vamos conseguir vencer as eleições, porque só dessa forma a Associação conseguirá algo que agora não tem, a Associação, neste momento, está fechada, não dialoga com ninguém, não tem apoios de ninguém e nós não podemos viver assim, nós precisamos de toda a gente, todos os sócios são importantes e uma coisa é certa, se nós vencermos as informações serão dadas a todos os sócios, a toda a hora.
LISTA DOS CANDIDATOS À ELEIÇÃO PARA OS Órgãos Sociais da
Associação Oliveirense de Socorros Mútuos para o TRiénio de 2019/2021
ASSEMBLEIA GERAL
PRESIDENTE – JOAQUIM FERNANDO FIONSECA PEREIRA DOS SANTOS Sócio 1724
1º SECRETÁRIO – MANUEL JORGE DA COSTA BASTOS MONTEIRO Sócio 1652
2º SECRETÁRIO – MARIA FERNANDA SILVA ALMEIDA SIMÕES DO AMARAL sócio 7094
DIREÇÃO
PRESIDENTE – aLFREDO JORGE CARDOSO GONÇALVES Sócio 4108
SECRETÁRIO – ALFREDO FERNANDO SOARES RIBEIRO sócio 4671
TESOUREIRO – JOSÉ MANUEL DA SILVA COSTA sócio 9834
vOGAL – PAULO JORGE MOREIRA DA COSTA BASTOS MONTEIRO sócio 6432
VOGAL – ELISIO DAS NEVES pINTO GOMES sócio 2155
SUPLENTES DA DIREÇÃO
PRESIDENTE – VITOR JÚLIO MAGALHÃES GONÇALVES CARNEIRO sócio 3182
SECRETÁRIO – JOSÉ ARTUR BAPTISTA GUEDES sócio 6866
TESOUREIRO – MANUEL SANTOS LOPES sócio 4093
VOGAL – MANUEL DE JESUS TEIXEIRA sócio 4802
VOGAL – FRANCISCO PINTO DE MAGALHÃES sócio 2912
CONSELHO FISCAL
PRESIDENTE – ANTÓNIO ALMEIDA PINTO MARQUES sócio 1264
SECRETÁRIO – JOAQUIM FRANCISCO SILVA RAMOS sócio 6681
RELATOR – JOAQUIM ALEIXO RODRIGUES sócio 2072
SUPLENTES DO CONSELHO FISCAL
PRESIDENTE – GUILHERME ANTÓNIO SANTOS TAVARES sócio 5745
SECRETÁRIO – JOÃO PEDRO MARQUES PEREIRA DOS SANTOS sócio 11185
RELATOR – ROSALINA ROSA MOREIRA DA COSTA BASTOS sócio 2515