JESUS E OS SEM-ABRIGO

Entramos em Dezembro, o mês em que se comemora o nascimento do meu mestre, Jesus Cristo.

Ando pelas ruas da cidade , e observo com muita mágoa que o numero de pessoas sem abrigo,  é cada vez maior , vivem na estação, num beco, numa arcada, rejeitadas assim como Jesus foi rejeitado para nascer num local digno e acabou por nascer num estábulo.

Não consigo tirar da minha memória, a tristeza profunda e desilusão das pessoas com quem falo, que dormem na rua ao frio e à chuva.

Sinto um grito na minha cabeça com a abordagem que Jesus me faz através do livro de Mateus 25,35-46:

“³⁵ Porque tive fome, e destes-me de comer; tive sede, e destes-me de beber; era estrangeiro, e hospedastes-me;

³⁶ Estava nu, e vestistes-me; adoeci, e visitastes-me; estive na prisão, e foste me ver.

³⁷ Então os justos lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, e te demos de comer? ou com sede, e te demos de beber?

³⁸ E quando te vimos estrangeiro, e te hospedámos? ou nu, e te vestimos?

³⁹ E quando te vimos enfermo, ou na prisão, e fomos ver-te?

⁴⁰ E, respondendo o Rei, lhes dirá: Em verdade vos digo que quando o fizestes a um destes meus pequeninos irmãos, a mim o fizestes.

⁴¹ Então dirá também aos que estiverem à sua esquerda: Apartai-vos de mim, malditos, para o fogo eterno, preparado para o diabo e seus anjos;

⁴² Porque tive fome, e não me destes de comer; tive sede, e não me destes de beber;

⁴³ Sendo estrangeiro, não me recolhestes; estando nu, não me vestistes; e enfermo, e na prisão, não me visitastes.

⁴⁴ Então eles também lhe responderão, dizendo: Senhor, quando te vimos com fome, ou com sede, ou estrangeiro, ou nu, ou enfermo, ou na prisão, e não te servimos?

⁴⁵ Então lhes responderá, dizendo: Em verdade vos digo que, quando a um destes pequeninos o não fizestes, não o fizestes a mim.

⁴⁶ E irão estes para o tormento eterno, mas os justos para a vida eterna.”

Começo a desenvolver contactos, telemóvel, emails…. E esbarro com políticos que não passam de burocratas, que não têm a sensibilidade para perceber que a pobreza não é um assunto para tratar como todos os outros.  E que quando uma pessoa está na rua sem abrigo e com  fome, que esses problemas têm que ser resolvido na hora e não podem esperar que um dia qualquer  um gabinete da segurança social ou de uma autarquia, resolvam ….

Estamos praticamente em 2024, a era dos grandes feitos tecnológicos, da inteligência artificial, mas por outro lado, é lamentável que tenhamos irmãos que não vivam dignamente.

O papel dos políticos deveria dar prioridade a estas situações, em vez de andarem mais preocupados com os seus tacticismos, a defender os seus interesses pessoais e do seu grupo.

Em época de tantas eleições que por aí vêm, desejo que todos candidatos possam reflectir nas palavras de Nelson Mandela: “Enquanto a pobreza, a injustiça e a elevada desigualdade persistirem no nosso mundo, nenhum de nós pode realmente descansar”.

Santo Natal para todos.