A Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AICNP) assinalou, no passado dia 25 de janeiro, o seu 75º aniversário, na Quinta da Boucinha, que culminou com a homenagem a Helena Roseta, arquiteta, Manuel Moreira, ex-governador civil do Porto e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, Fernando Paulo, vereador da Câmara Municipal do Porto, Ilda Figueiredo, vereadora da Câmara Municipal do Porto, e à Associação dos Inquilinos Lisbonenses. Esta data ficou, ainda, marcada pela tomada de posse dos novos corpos sociais desta coletividade, que continuará a ser liderada por Manuel Vieira.
A sede da Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal (AICNP) foi, no passado dia 25 de janeiro, data em que foi também assinalado o 75º aniversário desta instituição, o palco da cerimónia de tomada de posse dos novos corpos sociais desta coletividade, que se realizou na sequência das eleições ocorridas na Assembleia Geral, que nomearam vitoriosa a lista liderada por Manuel Vieira. Manuel Pizarro, ex-ministro da Saúde, Filipe Araújo, vice-presidente da Câmara Municipal do Porto, entre inúmeros representantes de entidades civis e políticas, juntaram-se às dezenas de pessoas presentes nesta sessão.
Relativamente à Mesa da Assembleia Geral, José Fernandes Martins foi eleito presidente, Mário Sousa vice-presidente e João Santos secretário.
No que respeita à Direção, Manuel Vieira foi reeleito presidente, José Silva vice-presidente, João Correia tesoureiro, Maria Martins 1º secretário e Marcelo Pereira 2º secretário, ao passo que Alexandra Cachucho e Rui Melo e Cosme foram designados suplentes.
Por outro lado, no que concerne ao Conselho Fiscal, Orlando Madureira foi nomeado presidente, Augusto Pereira secretário e José Teixeira relator, enquanto Maria Silva e Maria Capitão foram eleitas suplentes.
Após esta cerimónia, as comemorações dos 75 anos da Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal decorreram na Quinta da Boucinha e contaram com a presença de centenas de pessoas, entre as quais autarcas, assim como representantes de entidades associativas, civis, políticas e religiosas.
Após o banquete, a AICNP deu início às homenagens às “personalidades e entidades que se destacaram na vida cívica, política, cultural e associativa”. Assim, a Associação dos Inquilinos Lisbonenses, Helena Roseta, arquiteta, Manuel Moreira, ex-governador civil do Porto e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, Fernando Paulo, vereador da Câmara Municipal do Porto, e Ilda Figueiredo, vereadora da Câmara Municipal do Porto, foram agraciados com o galardão de mérito desta instituição.
A troca de lembranças antecedeu as intervenções e, neste âmbito, Paulo Rodrigues, presidente da Federação das Coletividades de Vila Nova de Gaia, Helena Ferreira, presidente da Associação de Comércio Tradicional Bolha de Água, e Joaquim Oliveira, presidente da Associação dos Jogos Tradicionais do Concelho de Valongo, fizeram questão de parabenizar e de presentear a instituição aniversariante.
Posteriormente, os discursos foram inaugurados por Manuel Vieira, presidente reeleito da Associação de Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal. Dirigindo-se aos distinguidos, o dirigente associativo afiançou que “é mais do que merecida esta homenagem, por serem verdadeiros heróis do movimento associativo”.
Agradecendo à Câmara Municipal do Porto e à Câmara Municipal de Gaia por todo o apoio, o presidente da AICNP enalteceu, ainda, que “além da saúde, o problema mais grave do país é a habitação”, evidenciando a importância o corpo jurídico desta instituição, porque “a boa imagem da associação é vossa, não é da Direção, pois são vocês que ouvem, que aconselham e encaminham e eu agradeço-vos muito”.
Neste seguimento, Pedro Ventura, presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, foi convidado a tomar a palavra, afirmando que “a nossa preocupação é o direito à habitação. Eu julgo que esta é uma reivindicação comum, de todos nós”.
Destacando que “o mais importante é nós considerarmos que esta não é uma luta entre aqueles que no fundo têm já casa garantida e aqueles que ainda não conseguiram ter casa garantida. Este é um direito muito mais alargado”, o líder da Associação dos Inquilinos Lisbonenses reforçou que “nós precisamos de mais habitação, de mais reabilitação de habitação e de combate aos devolutos, que são imensos em Portugal”.
Por outro lado, André Araújo, do Partido Comunista Português (PCP), referiu que “Portugal precisa de uma resposta estruturante, estruturada e de uma resposta séria à habitação”.
Congratulando a AICNP, o representante do PCP asseverou que se trata de “uma associação que desde a sua fundação colocou-se ao serviço das pessoas, na defesa dos interesses dos inquilinos. (…) A Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal partilha, assim, através de uma ação muito concreta os valores da nossa Constituição da República”.
Já, José Castro, do Bloco de Esquerda (BE), sublinhou que “o que nos une, aqui, a todos é a habitação. É esta a nossa causa”.
Revelando que “grande parte das políticas de habitação deste país têm defendido os pontos de vista dos grandes proprietários, dos construtores e dos promotores imobiliários e por isso nós julgamos que é absolutamente urgente e necessário dar voz aos moradores, aos inquilinos, às associações, aos seus representantes e a todos aqueles que se interessam”, o representante do BE desafiou a Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal e a Associação dos Inquilinos Lisbonenses a promoverem um Congresso da Habitação.
Neste contexto, Rosário Gambôa, do Partido Socialista (PS), também foi convidada a intervir. Salientando que “hoje não são só as festas dos 75 anos da associação, é uma festa do associativismo”, a representante do PS afiançou que a AICNP “tem sido ao longo de décadas, uma voz firme, determinada, na defesa daquilo que deve ser a habitação digna e acessível”.
Presente na ocasião, o cónego Fernando Milheiro dirigiu-se aos convidados, ressaltando que “uma associação é sempre um grande valor social, pois numa associação cultivam-se as amizades e esbatem-se as diferenças. (…) Se todos nós estivermos unidos na defesa da pessoa humana, então o mundo pode avançar e se assim for a nossa presença é muito importante na sociedade de hoje”.
Também Nuno Cruz, presidente da União de Freguesias do Centro Histórico do Porto, interveio, demonstrando a importância da Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal e garantindo que “nós estamos a trabalhar seriamente para defender as pessoas”.
Ulteriormente, a arquiteta Helena Roseta também fez questão de agradecer à AICNP “por se ter lembrado daquilo que eu tenho feito, porque efetivamente eu sou uma espécie de canal História da habitação, quer se queira, quer não”.
Assegurando que “a habitação é uma causa que precisa cada vez mais do nosso empenhamento”, a arquiteta revelou que “não é verdade que faltam casas em Portugal. Nós temos 5,4 milhões de casas em Portugal para 4,1 milhões de famílias, dados de 2021, uma parte são casas secundárias e tudo bem, as pessoas têm o direito de ter esse desafogo, mas outra parte são casas vazias que, em 2021, no Porto eram 20 mil e em Lisboa eram 40 mil. Portanto, não é só nas aldeias que há casas vazias. Logo, há aqui um assunto do qual não se fala. (…) O qual falta são políticas que ponham o direito à habitação em primeiro lugar”.
Neste seguimento, Manuel Moreira, ex-governador civil do Porto e provedor da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Gaia, também congratulou a instituição aniversariante, referindo que “o que esta Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal faz há 75 anos, é apenas defender um dos direitos humanos, a habitação, porque isso faz parte da Declaração Universal dos Direitos do Homem”.
Dirigindo-se a Helena Roseta, o também ex-autarca enalteceu que “de facto é uma política, é uma cidadã que sempre defendeu com muito vigor e com muita convicção as suas ideias, e a habitação é uma delas, e se há alguém que neste país merecia ser ministra da Habitação chama-se Helena Roseta”.
Por fim, os discursos foram encerrados por Fernando Paulo, vereador da Câmara Municipal do Porto, que aproveitou a ocasião para agradecer a distinção e “dar uma palavra de saudação aos novos corpos sociais que foram empossados hoje e deixar uma palavra de agradecimento a quem cessou funções, lembrando quem ao longo destes 75 anos fundou e naturalmente deu vida a este projeto e sobretudo serviço cívico, através da Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal, mas sobretudo também por fazer justiça e, de certa forma, manter bem vivos aqueles são os alicerces e o pilar do movimento associativo e do movimento corporativo”.
Assim, o 75º aniversário da Associação dos Inquilinos e Condóminos do Norte de Portugal terminou com o célebre corte do bolo e um brinde à longevidade desta instituição.