CÁ DENTRO

A redução drástica da atividade económica a nível global, resultante desta pandemia, está a ser tremenda. Todos sabemos que o tempo extremo que atravessamos é exigente e desafiante. Mas é difícil prever a verdadeira natureza e dimensão do choque na economia, quando ainda estamos abalados com o som do trovão.

Para já, e como no mundo de futebol, não há respostas certas – prognósticos, só mesmo, no fim do jogo.  Mesmo perante as dúvidas que marcam as circunstâncias que vivemos, resta-nos uma certeza: nada irá ficar como dantes. Os próximos tempos servirão, como se tem dito e repetido, para pôr as empresas a produzir e as pessoas a trabalhar. Mas vamos precisar de tudo e de todos para dar a volta à crise. E mais: podemos semear a diferença se puxarmos pelo que é nosso. Essa é que é uma grande ajuda para manter vivo o caminho que fizemos até aqui.

Muitas têm sido as vozes a apelar para que na hora de comprar, se opte pelos serviços e produtos locais – como o peixe das nossas águas, o leite das nossas pastagens, ou tantos outros da nossa gente – em planear férias e escapadas cá dentro, (re)descobrir as nossas nove ilhas e as suas maravilhas, repetir, pelo mundo fora que somos dos melhores destinos turísticos, como forma de apoiar, de um modo ou de outro, os produtores e as empresas em tempos de crise. Com todo o esforço coletivo que esta causa nos mobiliza, a verdade é que todos sabemos a importância para quem produz e para quem consome. Não apenas pelas nossas qualidades inerentes, mas também como forma de mantermos viva e pujante a criação de riqueza e de postos de trabalho. Gesto tão importante nos momentos em que vivemos – desafiantes – e que sensibilizam áreas, por vezes mais fechadas, que levam a entender o quanto são necessários os princípios de entreajuda e de solidariedade, fundamentais para preservar a coesão, e a inclusão de todos os setores do motor económico.

Há muito para vir ainda, mas estou certo de que havemos de conseguir superar esta catástrofe global.

Como diz o nosso Presidente, Vasco Cordeiro, “o Povo Açoriano é o exército que levará os Açores à vitória neste combate”. Pelo que façamos todos a nossa parte, pois a ação de hoje, dará lugar à esperança no amanhã.