«CADA PAÍS, SUA SENTENÇA» I PARTE

Parafraseando a expressão popular podemos colocar este título a este breve artigo. Passou na semana passada na RTP 1, e esteve durante alguns dias para ser revista um documentário com o título “ A Maior Festa do Mundo”.”

Em Outubro de 1971, Mohammed Reza Pahlavi, Xá do Irão, organizou uma enorme festa em Persépolis, a antiga capital do Império Persa, abrindo caminho para a queda do regime e dando início a uma era de revoluções islâmicas. Foi a maior festa conhecida da história moderna, organizada pelo auto proclamado “Rei dos Reis” para celebrar os 2500 anos da monarquia persa. Deixou um país depauperado, que nunca recuperou…” (informação da RTP) Vamos a história; A Celebração do 500 Ano do Império Persa consistiu num elaborado conjunto de festividades que teve lugar em 12-16 outubro de 1971, relativa ocasião do 2500 ° aniversário de fundação da monarquia iraniana (Império Persa) por Ciro, o Grande.

A intenção da celebração foi demonstrar a longa história do Irã e para mostrar seus avanços contemporâneos sob a governação de Mohammad Reza Pahlavi, o Xá do Irã. Preparar este evento levou mais de uma década. A decisão de realizar o evento principal na cidade antiga Persépolis perto de Shiraz, implicou que as infraestruturas locais tiveram que ser melhoradas, incluindo o aeroporto de Shiraz e uma autoestrada para Persépolis.

As principais festividades foram organizadas para serem em Persépolis, cujo local se transformou numa elaborada cidade de tendas. Cinquenta ao todo, verdadeiros apartamentos de luxo pré-fabricados. Uma pequena cidadela; no centro um chafariz com água sempre corrente, um grande número de árvores que foram plantadas no deserto, e milhares de pássaros (50 mil) que morreram passados poucos dias pelo calor agoniante do clima, a ideia era recriar uma visão antiga do Persépolis imperial.

A grande festa começou no dia 12 de outubro de 1971, quando o Xá e a Xabanu (a imperatriz Farah Diba Pahlavi) prestaram homenagem a Ciro. Sessenta membros das famílias reais e chefes de Estado estavam reunidos à mesa na tenda principal. O brinde oficial foi celebrado com um Dom Perignon Rosé 1959. Seiscentos convidados jantaram no local mais de cinco horas e meia, 2500 garrafas de champanhe, 1000 de borgonha, 100 de bordeaux, converteram este banquete oficial no mais longo e generoso da história moderna

No dia seguinte, um desfile de diferentes exércitos trajando vestimentas históricas recriaram um império de dois milênios e meio. Foram 1.724 homens de todas as forças armadas do Irão. No discurso oficial o Xá disse; “ Descansa Ciro, nós estamos acordados”.

E realmente o povo estava acordado. Muçulmano secular, Mohammad Reza foi perdendo gradualmente o apoio dos clérigos xiitas do Irão, bem como da classe trabalhadora, em virtude especialmente de sua forte política de modernização e secularização, também importante foi a repressão dos dissidentes políticos por parte do serviço de inteligência iraniano (SAVAK),Conforme estatísticas oficiais, o Irão tinha mais de 2.200 presos políticos em 1978.

Em 1979, a agitação política culminou com uma revolução que, em 17 de janeiro, obrigou-o a deixar o Irão. Logo depois, a monarquia iraniana foi formalmente abolida e o Irã foi declarado uma república islâmica liderada pelo Aiatola Ruhollah Musavi Khomeini.

Ameaçado de morte e perante o risco de ser executado caso retornasse ao Irão, Mohammad Reza morreu no exílio no Egipto , onde o presidente Anwar Sadat lhe concedeu asilo político, Sadat, numa atitude humanitária, aceitou recebê-lo, ainda que ameaçado pelo fundamentalismo islâmico, que no ano seguinte viria a assassiná-lo.