Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, apresentou, no passado dia 21 de janeiro, uma revisão orçamental que vai permitir lançar inúmeros projetos, no valor de 54 milhões de euros, durante o primeiro semestre deste ano.
“O município de Vila Nova de Gaia transitou para o ano de 2019 com um saldo positivo de 20 milhões de euros”, contou Eduardo Vítor Rodrigues, presidente da Câmara Municipal de Gaia, acrescentando que o montante, que foi adicionado ao orçamento previsto para 2019, vai viabilizar um conjunto de projetos que “poderão ver o seu arranque antecipado para o primeiro semestre deste ano”.
O autarca afirmou que “no ano passado pedi contenção. O município tinha entrado no verde, mas estava no verde clarinho. A gestão de 2018 foi totalmente assente em podermos, hoje, ser ambiciosos”.
Esta revisão orçamental, que “vai ser votada hoje em reunião de Câmara e vai ser levada, no dia 24 de janeiro, à Assembleia Municipal”, vai possibilitar investimentos no montante de 54,1 milhões de euros.
“Educar”, “Cuidar”, “Promover”, “Inovar”, “Criar”, “Proteger”, “Relacionar”, “Informar”, “Crescer” e “Integrar” contemplam os dez eixos de investimento da Câmara Municipal de Gaia, sendo que o que contém maior verba é o “Proteger”, com 23,5 milhões de euros, que incluem a compra de dois carros elétricos para a PSP e de dois carros elétricos para a GNR, em protocolo com o Ministério da Administração Interna (MAI), com o objetivo de reforçar o policiamento escolar e de proximidade dentro do concelho; a reabilitação integral do adro da Igreja de Mafamude; a aquisição de uma autoescada para a Companhia de Bombeiros Sapadores de Gaia; a requalificação do espaço público, jardins e arruamentos de Vila d’Este; a finalização do alargamento e acessos do Cemitério da Madalena; a reabilitação, em parceria com o MAI, da Divisão da PSP de Gaia, do Quartel da GNR de Lever e do Quartel da GNR dos Carvalhos; a consolidação e renaturalização da escarpa da Serra do Pilar; a requalificação integral do Jardim Soares dos Reis, com a criação de uma zona específica para passeio de animais de companhia; a construção do Parque Ambiental e de Lazer de São Paio; a implementação do plano de arborização do concelho em espaços públicos e zonas de lazer, com espécies adequadas; o programa de instalação de 70 moloques, em substituição de contentores de lixo doméstico; e a retirada integral de amianto das escolas do 1º ciclo e dos jardins-de-infância do concelho.
“No contexto das forças de segurança, por exemplo, a GNR precisa muito do envolvimento do município na reabilitação de quartéis e no fornecimento de material circulante, de automóveis, e nós, em fevereiro, assinaremos um protocolo com o Ministério da Administração Interna, para viabilizar financeiramente a obra no Quartel da GNR dos Carvalhos e no Quartel da GNR de Lever e para viabilizar a obra de recuperação da Divisão de policial da PSP de Vila Nova de Gaia”, sublinhou o presidente da Câmara Municipal de Gaia.
A retirada de amianto das escolas e jardins-de-infância do concelho contempla um investimento de 2,5 milhões de euros. Eduardo Vítor Rodrigues salientou que “será menos uma rotunda que farei, mas Gaia não vai esperar mais” e que “o Governo anterior criou expectativas”, uma vez que prometeu “a partilha de responsabilidades” na retirada deste material, “mas não cumpriu”. No total vão ser intervencionadas 32 escolas, “a que se acrescentam mais 3, que são as EB 2/3 que estão, neste momento, em obras de reabilitação, com um investimento de 1 milhão de euros em cada uma delas. Eu estou a falar da Escola EB 2/3 de Valadares, da EB 2/3 Dr. Costa Matos e da EB 2/3 Sophia de Mello Breyner”.
Na área da saúde, o novo Centro de Saúde da Madalena, a construção de um Centro de Dia para doentes com Alzheimer, a criação do primeiro Centro Municipal de Atividades Ocupacionais (CAO) para jovens com deficiências e a finalização do Centro de Neuro-intervenção para a Cruz Vermelha representam um investimento de cerca de 1 milhão de euros.
No que concerne o eixo “Criar”, o autarca destacou, nomeadamente, a adesão do município de Vila Nova de Gaia à Fundação de Serralves; a reabilitação integral do Auditório da Assembleia Municipal; a edificação do Auditório de Canelas, complementar ao novo edifício-sede da Junta de Freguesia; a concretização do projeto do Auditório Cultural de Lever, com capacidade para cerca de 250 pessoas; a reabilitação da Biblioteca Municipal de Gaia; a reabilitação profunda o Cine-Teatro Municipal Almeida e Sousa; a construção do Pavilhão Multiusos dos Arcos do Sardão, com capacidade para 2 mil pessoas; a construção do Pavilhão Municipal de Vilar do Paraíso, do Pavilhão Municipal da Escola EB 2/3 de Olival e da Escola EB 2/3 de Santa Marinha; a requalificação da Piscina Municipal de Maravedi; a instalação de um novo relvado sintético no Estádio da Lavandeira; a edificação de um circuito de manutenção em Arcozelo e a construção do novo Posto Náutico do rio Douro, junto ao Areinho de Oliveira do Douro, em parceria com a Universidade do Porto e o Centro de Desporto da Universidade do Porto (CDUP), com o intuito de dinamizar os desportos de rio.
Os investimentos incluem ainda a construção de uma rotunda nos Carvalhos, que vai permitir um novo acesso à GNR e à Escola Secundária dos Carvalhos; a requalificação integral da Feira dos Carvalhos, com novas valências de lazer e espaço público; a instalação de videovigilância no Centro Histórico; a construção de dois centros cívicos, um em Oliveira do Douro e outro em Serzedo; a instalação de parques infantis e equipamentos de lazer, desportivos e geriátricos, com uma lógica temática, por freguesia; a criação de uma Escola Ciência Viva no Parque Biológico; e a requalificação da Estrada da Rainha, no acesso à zona industrial de Serzedo, entre outros.
Eduardo Vítor Rodrigues anunciou, à margem da revisão orçamental, que a Câmara Municipal de Gaia está a preparar duas concessões importantes, uma relativa aos LEDs para a iluminação pública, “que vai permitir um ganho de fatura energética de cerca de 30%” e outra referente ao lançamento de um programa de arrendamento destinado à classe média.
“Estamos a estudar um concurso para um contrato de concessão que nos leve a ter em Vila Nova de Gaia um parque habitacional novo, construído de raiz, em terrenos municipais, para 400 a 500 novas habitações que queremos dedicar a renda acessível”, disse o presidente da Câmara Municipal de Gaia, sublinhando que “renda acessível significa reconhecer que hoje já não temos a casa para os pobres como problema principal, mas temos a classe média e os mais jovens com dificuldades em entrar no mercado de arrendamento fruto do elevado preço que o mercado está a pedir”.
O autarca adiantou ainda que os lotes de apartamentos vão ser construídos em várias localidades, entre as quais Mafamude, Oliveira do Douro, Olival, Pedroso e Grijó.