CENTRO NATÁLIA CORREIA ACOLHEU O LANÇAMENTO DE DOIS LIVROS DE LILIANA RIBEIRO

Os livros “Pingos” e “O Meu Arco-íris”, da autoria de Liliana Ribeiro, foram lançados, no passado dia 3 de novembro, no Centro Natália Correia, que se localiza na Fajã de Baixo. O evento foi organizado com o apoio do espaço municipal anteriormente referido e de uma equipa composta por Pedro Paulo Câmara, Manuela Bulcão e Carolina Cordeiro.

Liliana Ribeiro tem 40 anos, é natural de Espinho e nasceu com paralisia cerebral. A autora frequentou escolas de ensino regular e foi, desde sempre, incentivada pela família a nunca desistir de sonhar e de lutar até alcançar a realização dos seus objetivos, apesar dos desafios e desventuras da vida.

A poetisa trabalha na Câmara Municipal de Espinho, na Divisão Gestão Administrativa, Financeira e Turismo, na qual desempenha as funções de Assistente Técnica (Multimédia) e, no que respeita a poesia, já participou em diversas iniciativas, tais como a “Antologia dos Poetas de Espinho”, em 2013; a “Antologia de Poesia Contemporânea Entre o Sono e o Sonho”, da Chiado Editora; a Antologia “Poetas d’hoje II”; e a Antologia “Poetas da Costa Verde”, em 2015.

Manuela Bulcão afirmou, aquando da apresentação dos primeiros dois livros de Liliana Ribeiro, que a autora é “para mim a minha força da natureza. É uma menina que eu aprecio muito, que eu acho que é uma guerreira e que, na minha opinião, se continuar assim vai longe”.

A obra “Pingos” é “um livro de poesia e eu diria mais, é uma autobiografia poética” e “O Meu Arco-íris” é “um livro de crónicas, talvez um diário, ou seja é a ousadia que ela teve, de passar para o papel as dificuldades com que ela se deparou na vida, por ser uma menina diferente”, explicou Manuela Bulcão.

Carolina Cordeiro referiu, ao longo do lançamento do livro “O Meu Arco-íris” de Liliana Ribeiro, que esta é “uma leitura que se faz com prazer” e que apesar de autora “ter algumas limitações, não é, em nada, diferente de cada um de nós. Este livro é um diário. (…) A Liliana todos os dias que escreve, escreve com emoção. A obra contém passagens da avó e do avô e sente-se que ali por trás tem um sentimento bem definido e natural. Ela contou todas as situações tal como as sentiu”.

Pedro Paulo Câmara revelou, neste contexto, que “o texto é efetivamente autobiográfico, mas no qual cada um de nós se pode encontrar de certa forma. Todos nós temos as nossas limitações, aquela é uma limitação particular, mas basta nós entrarmos no texto para percebermos muitas vezes o quão paralisamos nós estamos e o quão nós próprios nos paralisamos. No entanto, é óbvio que a história da Liliana é uma história de desafio constante”.

“A Liliana escreve poesia maravilhosa e o facto de ter paralisia cerebral nunca foi impedimento para ela, para nada. (…) Não foi por uma dificuldade de locomoção e de conversação que ela não chegou onde se propôs a chegar”, revelou Manuela Bulcão.

Esta viagem poética foi, para Liliana Ribeiro, “mais um sonho que realizei na minha vida”.