ESCASSEZ DE RECURSOS HUMANOS PREOCUPA PSD/AÇORES

Os deputados do PSD/Açores manifestaram-se preocupados com a insuficiência de médicos de família, enfermeiros e de assistentes operacionais no Centro de Saúde da Ribeira Grande.

Luís Maurício, deputado e porta-voz do PSD/Açores para a saúde, afirmou, após uma reunião com o Conselho de Administração do Centro de Saúde da Ribeira Grande, que 40% da população do concelho está sem médico de família uma vez que, apesar da renovação do pessoal médico, o número de clínicos que saiu nos últimos cinco anos para a reforma e o número de médicos que entrou, leva a que o balanço seja neutro, ou seja, que não se tenha traduzido no aumento de médicos.

“Este dado preocupa-nos porque, embora o Centro de Saúde tenha procurado colmatar essa deficiência com a abertura de consultas abertas, certo é que essa cobertura é insuficiente e ainda há uma faixa muito grande da população que não está coberta por cuidados primários”, explicou o deputado.

O social-democrata alertou ainda para o facto de “a insuficiência de enfermeiros e de pessoal auxiliar já ter levado à redução para 18 do número de camas de cuidados continuados, quando estavam contratualizados com aquele centro de saúde 25 camas para este serviço”.

Segundo dados transmitidos pela administração do Centro de Saúde da Ribeira Grande as deputados do PSD/Açores, “nas condições atuais faltam 14 enfermeiros, número que podia aumentar para 20, se os núcleos de saúde familiares estivessem implementados e se as 25 vagas contratualizadas para cuidados continuados, em vez das atuais 18, estivessem ocupadas”.

Luís Maurício defendeu que, “considerando que há enfermeiros no desemprego e a emigrar, esta é uma realidade que não conseguimos entender. Não percebemos porque é que não se abrem concursos imediatos para a admissão de enfermeiros e, com isso, certamente para prestar cuidados de saúde com qualidade e em melhor segurança às populações”.

O deputado denunciou ainda algumas medidas que foram tomadas há dois anos e que mereceram a discordância do PSD/Açores, por serem “politicamente erradas”, como o encerramento do laboratório de análises clínicas que foi transformado num centro de colheitas, o fim das pequenas cirurgias que agora são encaminhadas para o Hospital de Ponta Delgada e a redução de horário do serviço de radiologia convencional, que funcionava 24 horas por dia e que agora encerra às 16 horas, o que obriga um doente que precisa de fazer um Raio X a ser encaminhado para a urgência do Hospital de Ponta Delgada.

“O Centro de Saúde da Ribeira Grande viu desaparecer valências que funcionavam bem e que prestavam um serviço de qualidade e de proximidade à população”, lamentou Luís Maurício, que reconheceu o “empenho” e a “dedicação” dos profissionais que laboram no centro porque asseguram serviços de saúde com qualidade, “nem sempre com os meios e as condições de trabalho mais favoráveis”.