GOVERNO TANZANIANO RETIRA DIREITO DE VOTO AO POVO “MAASAI”

A saga do Povo Maasai da Tanzânia de continuar a lutar pelos seus direitos na terra onde vivem há muitas gerações continua acesa e a mais recente notícia aponta para o desejo dos governantes do país ameaçarem agora aquela comunidade de agricultores e pastores de lhe retirar o direito de voto nas próximas eleições, agendadas para o mês de Novembro. A esse propósito, para denunciar tal malévola intenção, que visa enfraquecer a luta daquele povo ancestral da África Oriental, quero deixar na íntegra o texto que acabei de receber da organização governamental Avaaz, em que se denuncia aquilo que pode ser entendido como um grave atropelo aos direitos humanos desse povo antiquíssimo de agricultores e pastores que há muitas gerações vivem e labutam naquela região africana norte de Moçambique.

«Para enfraquecer a luta dos “Maasai”, a mais recente medida dos governantes tanzanianos centrou-se na exclusão dos nomes “Maasai” das listas eleitorais, como medida tendente a enfraquecer a representatividade daquele povo, retirando-lhe a possibilidade de participar no escrutínio popular eleitoral que ocorrerá em Novembro próximo.

Segundo a própria missiva, «milhares de indígenas do povo “Maasai” já desapareceram das listas eleitorais, sendo esta considerada mais uma tentativa do Governo de os expulsar do seu ancestral território. Mas dizem também que os actuais governantes conhecem a situação e entendem, que a actual presidente tanzaniana está guardando segredo para não afectar os investimentos estrangeiros no país através dos investidores “pró-democracia” – uma arbitrariedade desumana, acrescento eu – que visa eliminar esse povo pela via administrativa impedindo-o de participar no próximo acto eleitoral e que a concretizar-se a sua exclusão, se tratará de um “acto fraudulento” para dar lugar a uma estância de Safari Turístico. Perante isto, é caso para perguntar; como será possível levar por diante tamanha arbitrariedade?

A ser assim, para a citada Organização não Governamental “Avaaz”, este é mais um capítulo da longa história de perseguição que o Povo Maasai tem vindo a sofrer ao longo dos tempos. No entanto, ainda temos esperança que a medida seja revertida e pela luta que o nosso Movimento Cívico vem travando, podemos fazer com que os direitos do povo Maasai sejam restaurados, porque se trata de um acto de justiça. O Povo Maasai também tem direitos e também se sente no direito e no dever de participar no futuro da Nação Tanzaniana».

Com esperança e determinação, subscrevem: Nádia, Liliana, Alice, Pascal, Nate, Antónia e todos os colaboradores do Grupo Avaaz.