“HÁ ASSOCIAÇÕES QUE ESTIVERAM PERTO DA FALÊNCIA, NUA E CRUA”

Os dirigentes e autarcas do PSD Gaia visitaram a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda, acompanhados do Grupo Parlamentar deste partido, com o intuito de fazerem um balanço sobre as mais recentes ocorrências e de se inteirarem, assim como discutirem, entre outras matérias, o pagamento dos serviços prestados ao Estado, a implementação do novo sistema de operações e socorro e as regras de financiamento das missões de serviço público dos corpos de bombeiros.

 

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda recebeu, nas suas instalações, a visita dos social-democratas, Rui Rocha Pereira, presidente da Comissão Política, Henriqueta Antunes e Rosário Ungaro, da mesma direção, Vasco Bezerra, deputado na Assembleia de Freguesia de Arcozelo, Joaquim Barbosa, deputado na Assembleia Municipal, Cancela Moura, vereador da autarquia gaiense, Paula Cardoso, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, e Márcia Passos, deputada.

Segundo o comunicado enviado às redações, na ocasião, Manuel Guedes, presidente da Direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Aguda, José Miguel Fernandes, vice-presidente desta instituição, e os comandantes Olímpio Pereira e César Lourenço, suscitaram várias preocupações e necessidades, que são transversais a todas as corporações de bombeiros, nomeadamente, o apoio financeiro do Estado, “que corresponde apenas a 1/3 do valor que recebem em quotas dos associados e que não acompanhou o nível da inflação, a insuficiência do apoio extraordinário do Orçamento de Estado de 3 milhões, em 2021, para fazer face aos encargos que cresceram exponencialmente, no período da pandemia”.

Defendendo que a fórmula de cálculo do apoio permanente deveria voltar a incluir o número de funcionários e contemplar um valor adicional para as corporações que, como a Aguda, prestam serviços de socorros a náufragos, uma vez que o equipamento e os recursos necessários, implicam encargos de maior monta, Manuel Guedes reforçou que as necessidades de ordem financeira são de tal forma evidentes que está “orgulhoso de não recusar a prestação de qualquer serviço de socorro. (…) Há associações que estiveram perto da falência, nua e crua”.

Confirmando a falta de recursos, Olímpio Pereira e César Lourenço ressaltaram que “o apoio do Estado fica muito aquém das nossas necessidades e os serviços prestados, no âmbito do Ministério da Saúde, são, em muitos casos, pagos abaixo do preço de custo”, referindo ainda que “os bombeiros não têm grande poder de reivindicação, não podem, nem devem recorrer à greve e que, por isso, abusam deles”, aludindo aos seus direitos.

Por conseguinte, Paula Cardoso, vice-presidente do Grupo Parlamentar do PSD, referiu que “identificamo-nos com as preocupações desta associação que, em grande parte, espelham uma realidade transversal a uma grande parte das corporações do país e manifestamos a nossa disponibilidade, para as trabalhar, no âmbito da competência e intervenção da atividade parlamentar”, acrescentando que a fórmula de cálculo de financiamento “deveria discriminar, de forma positiva, as corporações que atuam em várias frentes de socorro”.