JOAQUIM LEITE: UM HOMEM SOLIDÁRIO QUE DISTRIBUIU SORRISOS EM CABO VERDE

O empresário e antigo ciclista, Joaquim Leite, viajou até à Ilha de Santiago, em Cabo Verde, juntamente com a esposa, Celestina Leite, com o intuito de entregar vários donativos, que foram distribuídos pelas escolas de ciclismo existentes no país. Em entrevista exclusiva ao AUDIÊNCIA, o proprietário da Ciclocoimbrões salientou a ação, o sentimento e a realidade encontrada, ressaltando a relevância de uma aposta contínua na modalidade.

 

Depois do presidente da Federação de Ciclismo cabo-verdiana, Joaquim Marquês Mendes, ter visitado a Ciclocoimbrões, dando a conhecer as necessidades prementes da modalidade, que se vivem no país, o antigo ciclista, Joaquim Leite, não ficou indiferente e decidiu deslocar-se até à Ilha de Santiago, em Cabo Verde, juntamente com a sua esposa, Celestina Leite, tendo em vista oferecer um donativo, composto por 30 equipamentos, e uma dádiva da Federação Portuguesa de Ciclismo, constituída por 100 t-shirts alusivas à conquista do atleta Rui Costa, do Campeonato do Mundo. “Eu e a minha esposa gostamos muito de Cabo Verde, aliás, já estivemos na Boavista e na Ilha do Sal. Desta vez, estivemos na Ilha de Santiago, nomeadamente nas cidades Velha, no concelho da Ribeira Grande de Santiago, e da Praia, capital de Cabo Verde, para entregarmos 30 equipamentos, à Federação de Ciclismo de Cabo Verde, sediada nesta ilha, que é onde estão todos os hemisférios do desporto e da política”, enalteceu o empresário, depois de ter regressado a Portugal, no passado dia 22 de setembro.

Santiago é a maior ilha do Arquipélago de Cabo Verde, mas, de acordo com o proprietário da Ciclocoimbrões “não é tão forte na área do turismo, pois é mais virada para as instituições mais importantes do país. Nós fizemos questão de ir lá, também, para nos apercebermos das dificuldades que existem, ao nível do ciclismo, enquanto modalidade, em Cabo Verde, que são muitas. Eles não têm nada. Têm uma Federação muito exígua, muito pequenina e cuja funcionária já não recebe há muitos meses. Chocou-nos o nível de vida lá. O ordenado mínimo são 130 euros mensais e o Presidente da República ganha 1500 euros, por isso, não há dinheiro para adquirir nada, é tudo ao certinho e é esta base que nos leva a colaborar com este povo”.

Durante a estadia, Joaquim Leite e Celestina Leite visitaram todas as instituições. “Nós estivemos na Federação de Ciclismo de Cabo Verde, no Instituto do Desporto e da Juventude (IPDJ), com o senhor presidente da Câmara da Praia, com a senhora presidente do Comité Olímpico de Cabo Verde, pelo que andamos a fazer visitas e a apelar às instituições, para se virarem mais para o ciclismo cabo-verdiano. Portanto, nós realizamos visitas durante os oito dias em que lá estivemos, visitamos inúmeras entidades e lembramos-lhes aquilo que é o ciclismo e as ajudas que devem ser dadas. Por isso, não fomos de férias, fomos trabalhar, em prol da modalidade, em Cabo Verde”.

O casal foi, ainda, agraciado pelos atletas do escalão de iniciação, de ciclismo, com uma demonstração de perícias. “As crianças fizeram uma exibição e não tinham bicicletas, nem equipamentos adequados”, ressaltou Joaquim Leite, evidenciando os 30 equipamentos doados pela Ciclocoimbrões, as 100 t-shirts oferecidas pela Federação Portuguesa de Ciclismo e as 22 bicicletas cedidas pela União Ciclista Internacional (UCI), tendo em vista “contribuir para um ciclismo melhor, em Cabo Verde”.

Sublinhando a alegria e felicidade que viu no rosto das crianças, quando receberam os donativos e rebuçados, que foram distribuímos, o antigo ciclista garantiu que “foi um momento que nos tocou. Chocou-nos ver aquelas crianças que gostam da bicicleta e não têm condições para a ter, nem para praticar. Como nós gostamos de ciclismo e tivemos uma iniciação muito difícil, quando nos aparecem estas situações, nós estamos solidários, porque lembramo-nos dos problemas que passamos na modalidade, aquando da nossa formação. Por isso, nós estamos dispostos a ajudar. Agora vão decorrer os campeonatos nacionais de Cabo Verde, vamos ver a adesão. Tenho a certeza de que esta ligação manter-se-á, em prol do ciclismo”.