A China está a atribuir um código de QR aos cidadãos, assim identificando-os como parte dos grupos «verde», «amarelo» e «vermelho», para facilitar o controlo do novo coronavírus nascido no País e acelerar o retorno à normalidade.
Este sistema funciona como uma espécie de código de barras que é lido através da câmara do telemóvel e o objectivo do governo de Pequim é alertar os cidadãos em risco de contrair o vírus para se isolarem, bem como monitorizar a sua entrada em espaços públicos como estações de metro e centros comerciais.
A China conseguiu o que nenhum outro País conseguiu ao começar a vencer uma epidemia pela mobilização massiva da sociedade e do Estado, se tivermos em conta que, após assinalar o vírus à OMS em 31 de Dezembro de 2019, iniciou o seu combate com medidas sem precedentes, ao confinar 50 milhões de pessoas, desde 23 de janeiro, assim abrandando a propagação da epidemia e contando com a importante ajuda de Cuba que disponibilizou novo medicamento.
Aparecendo de máscara na televisão em 8 de fevereiro, o presidente Xi Jinping decretou «uma guerra do povo contra o novo demónio» e de facto dezenas de milhares de voluntários afluíram a Hubei, hospitais foram construídos em poucas semanas, milhares de equipas foram enviadas para rastrear contatos entre os doentes e quem os envolvia.
Apenas como um exemplo, no final das festividades do Ano Novo Chinês 860.000 pessoas regressaram a Pequim, o governo ordenou que ficassem em casa por duas semanas e o município mobilizou 160.000 guardas para garantir o cumprimento dessa ordem.
Na Europa e nos Estados Unidos critica-se a China, jornalistas e comentadores de serviço chegam ao ponto de justificar as medidas positivas obtidas na luta contra a pandemia pelo tipo de «regime» existente, porém aqui pelo ocidente onde tudo é moda neoliberal privilegia-se a economia capitalista e, entretanto, o vírus espalha-se.
Somente agora e com a rápida propagação da pandemia, começaram as medidas restritivas na Europa e nos Estados Unidos, cujo presidente ordenou a proibição da entrada de europeus no seu País, excluindo inicialmente a Grã-Bretanha e a Irlanda, mas recuando posteriormente face às críticas surgidas por todo o lado.
Curiosamente ou não, enquanto a Europa se vai mobilizando para combater o corona vírus, vão começar em solo europeu as gigantescas manobras denominadas Defender Europe 2020, mobilizando milhares de soldados da NATO e dos Estados Unidos que irão movimentar-se sem restrições e até celebrarão este acontecimento com a banda rock do exército norte americano a promover concertos com entrada livre em vários países, ou seja, nesta altura crítica que vivemos, a União Europeia submete-se à pressão militarista do outro lado do Atlântico, enquanto em vários governos europeus estão a ser encerradas escolas, museus, auditórios, centros de convívio e outras organizações de índole social, ginásios, piscinas, pavilhões, estádios, companhias áreas cancelam milhares de voos, as pessoas saúdam-se com os cotovelos e um País, a Itália, entra em quarentena e ameaça com prisão até cinco anos os cidadãos desobedientes.
Pelo nosso País, acordado tarde para o problema, desde logo acabaram por surgir dificuldades resultantes da falta de meios humanos e materiais no SNS e o presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde foi demitido da entidade responsável pela Linha SNS24, dias após ter avisado o ministério que o serviço podia colapsar com o aumento da procura motivado pela epidemia de corona vírus, prevenindo a Ministra da Saúde que era necessário «uma ação urgente de mais equipas de enfermagem na manhã seguinte», não tendo obtido resposta.
Como factor positivo e de louvar, temos a posição assumida pelos profissionais da Saúde, médicos (incluindo reformados), enfermeiros, auxiliares, administrativos e técnicos que não têm poupado esforços até à exaustão, no sentido de na primeira linha prestarem os cuidados que a situação exige.