Há alguns meses, fui confrontado com um manuscrito dos CTT no sentido de levantar na estação de correios mais próxima, um volume que inicialmente me deixou curioso, devido a duas publicações referentes a 2021 e 2022, contendo em cada, uma unidade de Terras Entre Douro e Vouga. O volume em causa, por sinal bem acondicionado, trazia o endereço da procedência e desde logo fiquei a conhecer o autor de tal surpresa. No entanto, tendo em atenção o conceito e afabilidade em que sempre tive o Dr. Samuel de Bastos Oliveira, autor destas e de muitas outras “obras” literárias, tenho que reconhecer que me senti lisonjeado.
Conhecendo bem o seu autor, para mim já não foi surpresa e aceitei-o com agrado pela amizade e pelo respeito que desde sempre nutri por este lúcido nonagenário (já festejou 93 anos), docente de muitos anos, que foi do Colégio de Gaia, também ele entusiasta do jornalismo regional, a quem tive o grato prazer de conhecer (e cooperar) por se tratar de um antigo colaborador activo do extinto “O Comércio do Porto” (tal como eu) para o concelho de Oliveira de Azeméis, do qual é oriundo (Carregosa), embora por imperativos familiares, se tenha radicado na vizinha freguesia de Fajões, onde sempre residiu com a família que constituiu no próspero Município oliveirense. Devido a questões que já considero “familiares”, não poderia abordar a vida e a “obra” do antigo docente Samuel de Bastos Oliveira sem falar da sua paixão pela freguesia de Fajões e pelo seu Grupo Desportivo, cujo plantel a sua saudosa esposa, Drª Palmira de Bastos Oliveira, sempre apoiou na vertente clínica, face à minuciosa observação que fazia aos atletas do clube, em cada início de temporada.
Oliv. de Azeméis em terceiro em termos populacionais
Voltando às publicações atrás referidas e concretizadas nos anos de 2021 e 2022, penso ser também pertinente esclarecer as entidades autárquicas que se uniram em defesa dos valores e dos recursos desta vasta região natural no “coração” do distrito de Aveiro, que dá pelo nome de Terras Entre Douro e Vouga e que é constituída por nada menos do que treze municípios com características próprias e muito similares entre si.
No plano individual, se bem que se reconheça que o universo dos treze Municípios que constituem a região das Terras Entre Douro e Vouga se tem afirmado ao longo dos tempos, como um forte polo de desenvolvimento comercial e industrial nos mais diversos ramos de actividade, importa salientar que o conjunto das treze comunidades representa um vasto universo com cerca de 1.800 Km2, cujo somatório populacional ascende a um universo que “ronda” os 800 mil habitantes, segundo os Censos registados em 2021, em cujo conjunto se destaca o concelho de Vila Nova de Gaia, onde residem mais de 300 mil almas, seguido do seu homólogo de Santa Maria da Feira, com 136.720 residentes (menos de metade), enquanto o concelho de Oliveira de Azeméis aparece na terceira posição, com uma população próxima dos 66. 500 habitantes.
Falando em termos de dimensão territorial, o Município de Arouca surge na lista como o maior município dos treze que integram o universo das Terras Entre Douro e Vouga, com uma superfície de cerca de 330.000 Km2, seguido do de Santa Maria da Feira, com 213, 45 Km2 e Vila Nova de Gaia, com 168, 46 Km2.
No tocante à vertente populacional, VN de Gaia destaca-se largamente, talvez por beneficiar de um posicionamento privilegiado bem na área do Grande Porto. O Município gaiense aparece como o mais populoso dos treze, com 304.150 habitantes, seguido de Santa Maria da Feira com 136.720 e Oliveira de Azeméis com 66. 212 habitantes (mais de quatro vezes superior!).
Eis os municípios que integram o universo das Terras de Entre Douro e Vouga, citados alfabeticamente:
Albergaria-a-Velha, Arouca, Castelo de Paiva, Espinho, Estarreja, Murtosa, Oliveira de Azeméis, Ovar, Santa Maria da Feira, São João da Madeira, Sever do Vouga, Vale de Cambra e Vila Nova de Gaia.