Globalmente estamos sob a ameaça existencial imediata generalizada, destruição económica que afectará muitos milhões de pessoas e a possibilidade de uma guerra nuclear, consequentemente a possível aniquilação da espécie humana, tornando, pois, urgente estabelecer uma nova arquitectura de segurança e desenvolvimento para todas as nações, que deve levar em conta o interesse de cada uma e de todas em geral.
A actual guerra na Europa, a sucessão de guerras na Jugoslávia, no Afeganistão, Síria, Iraque, Líbia, Iémen, Somália, Sudão, Palestina, entre outras, e a disseminação da fome e das doenças já mataram milhões de pessoas inocentes e destruíram as suas casas, os seus países, os seus meios de subsistência e o seu futuro.
A crise do COVID-19 continua a lembrar-nos que toda a vida na Terra está interligada e inter-relacionada e como tal devemos focar-nos na sustentabilidade e na inclusão para melhorar a condição do nosso planeta e do ser humano.
Nesse sentido, a nossa missão não é apenas impedir esse movimento autodestrutivo, mas organizar todas as condições para a Paz e a prosperidade com base nos objectivos comuns da humanidade, projectando um novo paradigma, uma nova ordem, que se concentre nas necessidades do nosso planeta e da sua população, para levar a humanidade a um próximo nível de bem-estar e Paz.
Além do perigo imediato de guerra global, está também em foco o colapso do sistema financeiro transatlântico, pois foi desencadeado um processo hiperinflacionário, constituindo uma séria preocupação, nomeadamente para as economias das nações ocidentais.
Os controladores desse sistema procuram resistir a qualquer alternativa de funcionamento, como a apresentada pela Rússia, China, Índia e outros, assim o actual sistema financeiro está a perpetuar o seu estado colonial de subdesenvolvimento com políticas tipo neomalthusianas, ou seja, baseadas na premissa de que a população possui potencial de crescimento ilimitado, ao contrário da produção de alimentos e da criação de melhor qualidade de vida, factores potenciadores de grandes calamidades sociais como as guerras.
Portanto, para parar esse impulso que leva à guerra e à destruição, é necessário estabelecer um paradigma económico e financeiro inteiramente novo, com uma abordagem integrada à segurança, economia e desenvolvimento de todas as nações, trazendo para a actualidade a Paz de Vestefália e o seu conjunto de diplomas que inauguraram o moderno sistema internacional, ao promover consensualmente noções e princípios, como o de soberania estatal e o de estado-nação e encontrando a sua expressão mais avançada na Carta da ONU que deve ser mantida incontestavelmente no Novo Paradigma. A Declaração Universal dos Direitos Humanos, os Dez Princípios da Conferência de Bandung de 1955 e os Cinco Princípios da Coexistência Pacífica contêm ideias que são universais e como tal permanecem válidas para a promoção da Paz, desenvolvimento e cooperação no mundo.
A ordem mundial que foi projectada após a Segunda Guerra Mundial deu origem à ONU, Banco Mundial, FMI, OTAN, OMC, OMS e outras instituições semelhantes que proclamaram seu foco na democracia, direitos humanos, capitalismo, consumo e alianças militares e, em sua maioria, funcionaram por algumas dezenas de anos, no entanto, as suas deficiências e discrepâncias estavam e estão no não cumprimento da promessa do Sistema de Bretton Woods, projectado para aumentar o padrão de vida dos países em desenvolvimento e acabar com o colonialismo financeiro, cuidando das necessidades humanas básicas, promovendo a inclusão e uma nova economia de durável continuidade, pois a Paz só pode ser alcançada através de uma reformulação drástica do sistema económico mundial para incorporar essa perspectiva e eliminar de vez a ordem hoje predominante de tentativa de dominação geopolítica e humilhação moral dos fracos, baseada no saque de recursos naturais para obter poder e lucros, sempre acompanhados de morte e destruição em desmesurada escala.