UMA VISÃO DIFERENTE

Vivemos tempos difíceis nos Açores. São várias as famílias que perderam ou viram diminuídos os seus rendimentos familiares, ou empresas que lutam diariamente para ultrapassar esta crise que ainda há pouco começou.

O Governo dos Açores terá de ter mão firme e saber gerir muito bem toda esta crise, o que até aqui não aconteceu. Para este Governo Socialista há dois pesos e duas medidas. Vejamos: em 2013, depois dos Açores serem atingidos por uma tempestade que causou prejuízos de cerca de 35 milhões de euros, o Governo de Passos Coelho permitiu às autarquias afetadas irem à banca, ou seja, endividarem-se. Recentemente, o Governo de António Costa, depois da atual crise que vivemos devido à pandemia, permitiu à Região endividar-se. Até aqui nada de novo, apesar de não concordar com a decisão tomada pelo Governo em 2013, também agora não posso concordar com esta permissão para nos endividarmos. Todos sabemos que dívida só gera ainda mais dívida mas ambos os Governos tiveram a mesma postura. O que é importante entendermos e o que efetivamente aconteceu de diferente, e que é de bradar aos céus, é que quando foi Passos Coelho, Vasco Cordeiro referiu que, e cito: “O Governo da República usou uma artimanhazinha de baixa política”. Agora que é o Governo de António Costa, Vasco Cordeiro apoia a medida, tendo inclusive a sua deputada na República dito, e cito “a Região vai receber aquilo que precisa que é o que já foi anunciado, o aumento do endividamento em 10% do PIB”.

Não se entende esta postura incoerente apenas por serem Governos da mesma cor política. Precisamos de um governo de confiança, que defenda os Açores independentemente da posição ser a favor ou contra o seu partido a nível nacional e que coloque em primeiro os interesses dos Açores e dos açorianos.

Outro assunto que também me tem causado alguma confusão são as manifestações, que temos visto um pouco por todo o mundo, contra o racismo.

Nos EUA, como todos já sabem, houve mais uma morte bárbara de um cidadão negro por violência injustificada de um polícia. As circunstâncias dessa mesma morte merecem a nossa repulsa e a condenação deve ser unânime mas não podemos colocar todos os polícias no mesmo grupo. Como em todas as profissões, existem bons e maus profissionais. Uma coisa é uma manifestação pacífica a lamentar o que aconteceu, outra é destruir a história de um país. Bem ou mal, a história faz parte de todos nós. Hoje, parte do nosso presente repudia o nosso passado.

Ainda existe tratamento diferenciado entre pessoas o que eu condeno profundamente, mas também não posso aceitar que isso seja usado para o vandalismo que temos assistido. É lamentável que a única solução para resolver esta crise dos direitos humanos seja criar ainda mais confusão. Todos têm o direito a manifestarem-se mas o que temos visto não é uma manifestação. É um ataque a todos aqueles inocentes que trabalham diariamente para ter o sustento para a sua família.

Vamos lutar com confiança por um presente e por um futuro melhor sem nunca baixarmos os braços. Para a frente é que é caminho! Cuidem-se!