92º CAMPEONATO INTERNACIONAL AMADOR ABRE NOVOS HORIZONTES PARA PORTUGAL

O golfe amador português acaba de dar mais um passo importante para a evolução técnico-competitiva dos seus praticantes, em termos qualitativos, mercê daquilo que foi conseguido na recente 92ª edição do respectivo Campeonato Internacional, que durante vários dias evoluiu nos relvados do primitivo Golfe do Montado, em Palmela (par 72). Pontuável para o calendário do escalão principal da EGA (Associação Europeia de Golfe), este evento envolveu a participação de 32 equipas, em representação de 23 países, entre os quais Portugal, na sua condição de anfitrião e, por sinal, agora com renovados motivos para podermos encarar com mais confiança o futuro da modalidade entre nós.

Da afirmação de Frank Kennedy

às “gracinhas de Camelo e Neves

Qualquer evento desportivo que implique competição entre os participantes, a competição é isso mesmo e os “holofotes” centrar-se-ão sempre, na figura dos vencedores e/ou daqueles que mais sobressaíremNo caso concreto da 92ª edição do Internacional Amador de Portugal, o cenário não foge à regra, ainda mais tratando-se de um jogador que triunfou estabelecendo novo record da prova em quatro voltas – 19 abaixo. Falo do inglês Frank Kennedy, um jovem com apenas 16 anos, oriundo de Manchester, mas que passa uma boa parte do ano no estado americano da Flórida, em convívio com muitas das “estrelas” do golfe mundial. O seu “score” constitui novo “record” da prova em 72 buracos (quatro voltas). Com um total de 269 pancadas (-19), para um par agregado de 288, Kennedy comandou a prova desde a primeira volta, para alcançar o primeiro patamar do pódio com notáveis 269 “shots” e os parciais de 64+69+64+71, à frente do alemão Finn Koelle, que contabilizou mais quatro que o vencedor (273) e os parciais de 67+68+66+72 (-15)Kennedy conquistou assim o seu primeiro título no escalão principal da EGA e na hora de receber o troféu, desde logo se mostrou determinado a voltar na próxima edição porque, «quero voltar para defender o título que agora conquistei com grande satisfação».

Em relação aos nossos compatriotas, os miramarenses Hugo Camelo Ferreira e Pedro Clare Neves figuram entre os únicos lusos que conseguiram passar o “cut”, juntamente com João Miguel Pereira (Golfe da Aroeira), que logrou esse desiderato pelo segundo ano consecutivo. Um cenário que nos enche de satisfação, porque vai ter implicações qualitativas no nível de desenvolvimento que a modalidade vem registando, ano após ano. Camelo Ferreira, que é também o novo Campeão de Miramar nos escalões de Homens e Juniores, cumpriu as quatro voltas regulamentares com o “score” de 282 pancadas (6 abaixo), parciais de 70+72+72+68, com a particularidade de, em nenhuma das quatro voltas ter excedido o par do campo. Foi essa performance que lhe permitiu cotar-se como o melhor concorrente português (16º da geral) da edição 2022. De salientar que no seu clube de origem (Golfe de Miramar), Hugo Camelo Ferreira e Pedro Clare Neves são treinados por Carlos Magalhães.

A voz dos responsáveis

Estamos no bom caminho “

«Só o facto de termos tido três portugueses a passar o “cut”, já é uma nota muito assinalável. Porém, queremos mais e melhores resultados, porque estes que agora vemos são a demonstração de que estamos no bom caminho. Além disso, temos projectos em curso, que nos permitirão voltar a ter grandes vencedores no Campeonato Internacional Amador de Portugal».

Miguel Franco de Sousa – Presidente da Federação

A participação foi positiva

«Acho que a nossa participação foi bastante positiva, pois estas classificações fazem parte do processo de amadurecimento dos jovens em competições internacionais. No entanto, temos que dar tempo ao tempo, para que estes indicadores positivos possam ter, a curto ou médio prazo, as mesmas consequências que os resultados da geração anterior».

Nelson Ribeiro – Selecionador nacional

Equipa da Alemanha

ergue a Taça das Nações

Quanto à Taça das Nações, que contabilizou os “scores” das três primeiras voltas do certame, a equipa “A” da Alemanha, que tinha sido vice-campeã na edição anterior, sagrou-se vencedora com o “score” agregado de 413 pancadas (19 abaixo)com os parciais de 142+134+137), ao superar a sua congénere holandesa por escassas duas pancadas, enquanto a formação “C” da seleção germânica ficou no terceiro lugar, embora com o mesmo “score” agregado dos holandesesPor sua vez, Portugal, mesmo melhorando de volta para volta, não foi além do 14º lugar da geral, com o “score” agregado de 430 pancadas e os parciais de 145+143+142.