Eduardo Vítor Rodrigues, presidente reeleito pelo PS com 62% dos votos, tomou posse, no passado dia 18 de outubro para mais um mandato à frente da Câmara Municipal de Gaia. Com uma maioria mais que absoluta, o autarca conquistou nove mandatos, deixando apenas dois para o PSD/CDS-PP, naquele que considera ser “o melhor resultado de sempre”.
“Tenho orgulho desta vitória, uma vitória em todas as mesas de voto do concelho, em todas as freguesias e em todas as Juntas de Freguesia. O melhor resultado de sempre em termos de mandatos autárquicos municipais e o melhor resultado de sempre com o maior número de forças políticas em contenda. Mas isso é motivo de acrescida responsabilidade e de reforçado empenho. Por isso, tenho a vontade de mover montanhas para resolver problemas, pela força das pessoas que represento e que votaram na minha equipa”, afirmou o autarca.
Apesar de ver esta maioria absoluta com um “enorme sentido de responsabilidade” Eduardo Vítor Rodrigues lembra que tudo começou “com um sonho de uma equipa capaz de construir a ação política pela positiva” e com um “sonho de quem acreditava na política de proximidade e dos afetos”.
“Mas, ao mesmo tempo, numa convicção na conciliação do investimento inteligente e das boas contas, das políticas socias novas e inovadoras e das boas contas, enfim, a convicção segundo a qual o nosso desenvolvimento pode ser compatível com um projeto estratégico planeado e sustentável onde é possível a ambição de resolver os micro-problemas e de definir os trilhos dos macro-projetos, sempre com boas contas”, reforçou.
Fazendo um balanço dos últimos quatro anos, Eduardo Vítor Rodrigues lembrou que “o caminho não foi fácil” que utilizaram “palavras inicialmente estranhas na política, como compromisso, sustentabilidade, rigor e boas contas”, mas que, no final, as pessoas deram confiança ao executivo, fazendo com que a candidatura a um segundo mandato, acabasse por ser uma candidatura “apropriada pelo povo, que perceberam que é possível construir um melhor nível de vida também a partir do nível local”.
“Esta candidatura é das pessoas, é do povo anónimo que voltou a acreditar e a quem não desiludirei. Os gaienses deram o seu aval claro a um projeto de desenvolvimento, integrador e agregador de pessoas e de instituições que nos tornam maiores, onde os ódios dão lugar à confiança, onde o insulto dá lugar ao diálogo, onde a perseguição pessoal e familiar dá lugar à decência e ao respeito, onde o desespero dá lugar à esperança, onde a desconfiança dá lugar à participação”, reforçou o autarca, lembrando muitos dos ataques que sofreu durante a campanha eleitoral.
Como tal, e com uma confiança redobrada por parte da população – já que em 2013 tinha conquistado apenas 38% dos votos – Eduardo Vítor Rodrigues elencou no seu discurso alguns dos projetos que pretende colocar já em funcionamento.
Para o autarca, é “decisivo” resolver as questões da mobilidade e da extensão do Metro, anunciando que, nesse âmbito, em dezembro, irá avançar com um projeto-piloto de mobilidade intraconcelhia com dois shuttles gratuitos, um entre Lever e a Avenida da República, e outro entre Grijó e Santo Ovídeo. “Da avaliação desta experiência resultarão dados para a concretização de um Plano de Mobilidade mais alargado no concelho”, referiu.
Também a finalização do projeto de reconstrução do Hospital de Gaia, ou a reabilitação integrada das Encostas do Douro são outros projetos em mente, embora o presidente garanta que os problemas da população nunca serão esquecidos. Por isso, a requalificação da rede viária também será uma prioridade neste mandato.
Além disso, a 21 de novembro, será já apresentado o Plano e Orçamento para 2018, assim como o Plano Plurianual de Investimentos para o mandato. Contudo, Eduardo Vítor Rodrigues adiantou que a tarifa da água não será aumentada no próximo ano e que será feita uma revisão do quadro de pessoal e do organograma “para garantir, no espaço de dois anos, a viabilização das mobilidades intercarreiras e intercategorias que se arrastam há muito tempo”.
Também as Juntas de Freguesia serão beneficiadas com um aumento de 6% nas transferências mensais e a autarquia assumirá a comparticipação exigível às IPSS para os seus projetos financiáveis no âmbito do Portugal 2020 e alargará o quadro de incentivos às empresas que queiram crescer ou localizar-se em Gaia, com a formalização do Gabinete Go-On – Invest in Gaia.
“Dei já instruções aos serviços para contemplar no novo regulamento de taxas, tarifas e impostos para 2018 a extensão da Taxa Municipal de Proteção Civil, acabando com essa possibilidade, fazendo o mesmo com a célebre taxa das rampas, que esteve suspensa neste mandato mas que decidi extinguir de vez”, acrescentou.
Eduardo Vítor Rodrigues referiu ainda que assinaria, no dia a seguir à tomada de posse, o início da preparação do Programa Gaia Natal 2017, assim como o arranque da concretização do Programa Municipal de Estágios Remunerados para Jovens, e a criação do Pelouro da Inovação Social, “que articulará com a Ação Social as políticas de apoio a novos grupos e novas problemáticas sociais”.
“Assinarei também os despachos que permitirão arrancar com o projeto de arquitetura e especialidades para a construção de um Centro de Atividades Ocupacionais para pessoas com deficiências, e será criado o prometido Gabinete de Identificação de Terrenos e Casas Abandonadas, na alçada da Polícia Municipal e sob minha jurisdição direta, promovendo todas as diligências, mesmo as mais duras, como a majoração em 30% do IMI em terrenos abandonados ou prédios devolutos”, anunciou o autarca.
Para novembro, o presidente anunciou ainda a apresentação pública e lançamento do concurso para o novo pavilhão municipal de S. Félix da Marinha, as obras de requalificação das Escolas do Curro, de São Paio e de Cabanões, o arranque das negociações com o fundo detentor do Outlet de Grijó para que inclua serviços de proximidade e um espaço cultural e de eventos, além de já ter autorizado o início das negociações para a compra do terreno da Cerâmica das Devesas. “Um complexo de 13 mil metros quadrados e tudo farei para garantir a compra com vista a um grande parque público e espaço museológico”.
Já para janeiro, Eduardo Vítor Rodrigues anunciou o início de um projeto-piloto de alargamento do Gai@Aprende+ ao 2º ciclo e a construção das duas primeiras creches que farão a rede municipal de creches, sob gestão de IPSS. Também as negociações com a ARS para a relocalização do centro de saúde dos Carvalhos estão no programa deste mandato, “depois de resolvidos os problemas burocráticos e financeiros dos centros de saúde da Madalena e de Vilar de Andorinho”.
Mas porque os projetos a longo prazo também importam para o autarca reeleito, Eduardo Vítor Rodrigues pensa já na agenda de desenvolvimento Gaia-2030, assente na Agenda do Desenvolvimento Sustentável da ONU, e assegura que a participação de Gaia no Portugal2020 “é ambiciosa”. Além disso, o ambiente é outra das preocupações do autarca que garantiu ratificar a assinatura do Pacto de Milão para a alimentação sustentável e ser pró-ativo no cumprimento das metas de Paris e dos esforços de descarbonização.
“As alterações climáticas não são fenómenos da globalização, dizem respeito a todos nós e temos que fazer a nossa parte, reforçando a frota municipal elétrica ou híbrida, priorizando a iluminação auto-eficiente, os gastos controlados de água, a recolha seletiva de lixo. A pegada ecológica de Gaia será progressivamente menor e trataremos de envolver todos, escolas e famílias, empresas e instituições sociais, neste desiderato comum”, afirmou.
“Temos muito trabalho pela frente. Chegados com as contas ao verde, não contrataremos boys nem avençados milionários. Mas lançaremos concursos para contratação de assistentes técnicos e operacionais para as escolas, para a ação social e para as oficinas municipais, reforçando a capacidade que fomos perdendo ao longo destes anos de congelamento das contratações por efeito das contas municipais no vermelho. Serei sempre determinado no combate pela transparência e na denúncia da calúnia e da mentira. Depois de ter criado o Gabinete de Auditoria e Qualidade, será exatamente pelos serviços da Presidência que esse trabalhar vai iniciar-se”, acrescentou o autarca.
Na cerimónia de tomada de posse, Eduardo Vítor Rodrigues assumiu ainda que aceitou o convite para presidir ao Conselho Metropolitano do Porto, e não deixou de relembrar, com carinho o pai, que faria anos neste dia. “Foi uma data bonita para escolher. Esteve mais presente, se cá estivesse diria para não me distrair e trabalhar para continuar a merecer a confiança dos meus concidadãos”.