ECONOMIA REGIONAL 2019/2020

Nos últimos dias ficamos a conhecer, em detalhe, aquilo que a maioria dos economistas já perspetivavam e o comum dos cidadãos já sentia: o ano de 2019 foi muito bom para a economia dos Açores, com mais rendimentos, mais emprego e muita confiança no futuro.

Porém, com a chegada da pandemia de Covid-19, em 2020, veio o medo, a ansiedade, dor pelos que partiram e muita incerteza face a um futuro que parecia risonho e poucos arriscam prever.

1) Contas Regionais de 2019

O Instituto Nacional de Estatística divulgou, na semana passada, os resultados provisórios das Contas Regionais de 2019, sendo de realçar que todas as regiões do país registaram crescimentos do PIB em termos reais.

A Região Autónoma dos Açores apresentou uma taxa de crescimento real do PIB, em 2019. de 2,4%, superando assim os 2,2% da média nacional. Em comparação, as Regiões de Lisboa e do Algarve registaram os crescimentos mais elevados, ambas com 2,6%, enquanto o Alentejo e a Região Autónoma da Madeira evidenciaram uma taxa de evolução real do PIB de 0,6% e 0,8%, respetivamente.

Em termos absolutos, isso significa que o volume de riqueza ou produção da economia regional atingiu, no ano passado, 4.469 milhões de euros, o valor mais elevado de sempre, graças ao bom desempenho de setores como o comércio, os transportes, o alojamento, a restauração e a construção.

Igualmente relevante foi o facto do PIB per capita dos Açores ter convergido relativamente à média nacional, para 89%, e à média europeia (UE28) para 69,9%.

2) Novas medidas de apoio à economia – 2020

Se o ano passado foi bom para a economia, já 2020 afigura-se como um dos anos mais difíceis, quer ao nível de saúde pública, quer ao nível económico e social.

O setor do turismo, que até foi um dos grandes impulsionadores da atividade económica nos últimos anos, está hoje em grandes dificuldades, com muitos empreendimentos turísticos encerrados ou com a atividade reduzida para menos de metade.

Mais do que nunca, exige-se uma presença forte do Estado na economia, para acudir as empresas e as famílias em maiores dificuldades e assim garantir a manutenção do emprego.

E a verdade é que isso até tem acontecido, desde março, com a criação de apoios regionais, complementares e mais favoráveis para os Açorianos, em comparação com o resto do país. Não é por acaso que fomos a única Região do país em que o nível de emprego manteve-se praticamente estável, durante a pandemia.

De realçar, também, as duas novas medidas de apoio às empresas e à manutenção do emprego, apresentadas pelo Governo Regional, dando assim continuidade ao trabalho realizado pelo anterior executivo:

– “Programa de Manutenção do Emprego II”, que irá permitir converter o financiamento obtido através de linhas de crédito COVID-19, em subsídios a fundo perdido, para as empresas que mantenham os postos de trabalho;

– “Programa APOIAR.PT AÇORES”, com a atribuição de incentivos não reembolsáveis para compensar as perdas de faturação das empresas, resultantes da pandemia.

Apesar de ainda não estarem disponíveis, estas duas novas medidas irão injetar cerca de 70 milhões de euros na economia, com a prioridade de salvar empregos e empresas.

Esperemos que 2021 traga mais saúde e a recuperação económica que todos desejamos.

Para terminar, gostaria de desejar um Feliz Natal para todos, com saúde e em segurança.