IMPOSSÍVEL FICAR INDIFERENTE

Frederick William Engdahl, nascido em Agosto de 1944, é um escritor norte americano que trabalha na Alemanha e, como ele próprio se identifica, é um investigador em economia, história e em jornalismo por conta própria.

William Engdahl escreveu no livro «A morte dos pássaros e as abelhas através da America» que tanto pássaros como abelhas são algo que a maioria de nós considera como fazendo parte da natureza e a expressão «ensino sobre os pássaros e as abelhas», para explicar o processo de reprodução humana aos jovens, não é uma expressão acidental, pois abelhas e pássaros contribuem para a essência da vida no nosso planeta.

Um estudo realizado pelo Departamento de Agricultura dos Estado Unidos da América estimou que «talvez um terço da nossa dieta total é dependente, directa ou indirectamente, das plantas polinizadas por insetos».

O mel de abelha, Apis mellifera, é o polinizador mais importante de culturas agrícolas, na medida em que as abelhas polinizam mais de 70 em cada 100 culturas, que por sua vez fornecem 90% dos alimentos consumidos no mundo.
Elas polinizam a maioria das frutas e legumes, incluindo maçãs, laranjas, morangos, cebolas e cenouras, no entanto, enquanto as populações de abelhas administradas e controladas têm aumentado ao longo dos últimos 50 anos, as populações de abelhas colónia diminuíram significativamente em muitos países europeus e norte-americanos, ao passo que simultaneamente as culturas que são dependentes de insectos para a polinização, aumentaram.

Este fenómeno curioso recebeu a designação de desordem do colapso da colónia, o que implica poder ser causado por qualquer factor exógeno grave e estudos científicos recentes apontam já para uma causa principal: a utilização a partir de 2004 na agricultura de novos pesticidas sistémicos altamente tóxicos.

Se os governos da União Europeia, Estados Unidos da América e outros países não conseguirem impor uma proibição total de determinados inseticidas químicos, não só as abelhas podem tornar-se em algo pertencente ao passado, como a espécie humana se encaminhará para enfrentar novos desafios de escolhas apenas para sobreviver, pois a ameaça imediata vem da proliferação generalizada de insecticidas comerciais que contêm o produto químico altamente tóxico com o nome de neonicotinóides que são um grupo de insecticidas quimicamente semelhantes à nicotina e agem sobre o sistema nervoso central dos insetos, mas também sobre as abelhas e pássaros de pequena estrutura.

Há cerca de seis anos, os relatórios começaram a circular ao redor do mundo, especialmente fora dos Estados Unidos e depois cada vez mais em torno da União Europeia, especialmente no Reino Unido, onde colónias de abelhas foram desaparecendo e a partir de 2004 mais de um milhão de colmeias morreram em todo o território estado unidense.

Paralelamente, enfrentamos a poluição de origem industrial de rios, oceanos e mares em que os principais fatores poluentes são o petróleo, o carvão, as indústrias químicas e as que utilizam como matéria-prima a celulose, além da poluição de origem agrícola, proveniente essencialmente de certos produtos utilizados na agricultura, como os adubos, inseticidas e dejectos de origem animal e ainda temos a lavagem clandestina de barcos no alto mar, que largam combustível, temos o depósito de resíduos nucleares radioactivos no fundo do mar e os naufrágios de petroleiros causando derrames que matam toda a vida marinha.

Para completar este desastroso panorama a poluição do ar ou poluição atmosférica é o resultado do lançamento na atmosfera de grandes quantidades de gases ou partículas líquidas e sólidas, que provocam impacto ambiental e problemas graves de saúde humana, salientando-se entre as substâncias poluentes as poeiras industriais, aerossóis, fumaças negras, solventes, ácidos e hidrocarbonetos de tal forma que a OMS considerou já que em diversos países o nível de poluição do ar está acima do considerado aceitável.

Mesmo considerando a imensa capacidade de regeneração da natureza, torna-se difícil prever o que será futuramente o planeta terra se não houver bom senso para o revitalizar.