UM PROBLEMA DE SANTARÉM DEPOIS DA FESTA NOS AÇORES

Chega hoje ao conhecimento dos nossos “detetives” a sétima prova do torneio de decifração “Solução à Vista!”, da autoria do confrade escalabitano Bigode, no momento em que se faz o balanço de mais uma grande festa da família dos jornais do universo AUDIÊNCIA, na qual se enquadrou a realização da sua XIV Gala, que decorreu de novo no concelho da Ribeira Grande, São Miguel, Açores.

Motivos de ordem pessoal impediram a presença do orientador da secção nessa grande jornada de confraternização, que teve epicentro no Teatro Ribeiragrandense, com muita música e animação, onde se distinguiram as personalidades e instituições que se destacaram em 2018 nos mais diversos domínios, desde as artes, desporto, política, inovação, empreendedorismo, solidariedade e filantropia.

Como sempre, tratou-se de uma jornada memorável, de reconhecimento e emoção, que é objeto de reportagem nas páginas desta edição do AUDIÊNCIA GP, possibilitando assim que os leitores que não puderam acompanhar “ao vivo” a iniciativa fiquem por dentro de tudo o que por lá se passou. Entretanto, depois dessa leitura, aconselha-se aos nossos “detetives” uma atenção redobrada sobre o enigma que hoje se publica, já que nesta altura da competição qualquer deslize pode ser fatal para as suas aspirações.

TORNEIO “SOLUÇÃO À VISTA!”
Prova nº. 7
“Ida ao Teatro”, de Bigode

Beltrão apanhara o comboio precisamente à tabela.
Sentado na carruagem, rumo a Lisboa – para ver a revista “Passa por mim no Rossio” – lia avidamente, um livro policial, no frenesi de descobrir o criminoso. Trazia debaixo de olho uma bonita e distinta senhora, e não sabia agora onde estaria sentada. Fez uma pausa na leitura e mirou discretamente em volta à sua procura.
– Ah! Ei-la ali, de perna traçada – pensou para si próprio.
Encontrava-se outra vez embrenhado no enredo do livro, quando anunciaram a chegada à estação de Santa Apolónia.
Desceu da carruagem e foi até ao bar, tomar um café retemperador.
Saiu, e porque se estava a aproximar a hora, chamou um táxi que o levou até ao Politeama. No fim do espetáculo encontrou à saída a dama – esteticista – que tinha visto no comboio. Companheiros de viagem, trocaram impressões sobre a revista.
– Foi esplêndido – disse Beltrão.
– Sim – concordou a senhora. E cantarolou, com voz melódica:
– Quando o pano sobe…
Respondeu Beltrão num tom desafinado:
–… e o espetáculo começa…
Cada um se fazendo de “surdo” à sua maneira prosseguiram. O cavalheiro achou conveniente mudar de assunto, e perguntou se a senhora gostava de futebol.
– Detestava futebol senhor… – como é o seu nome?
– Beltrão. – Respondeu.
– Maria – retorquiu a senhora. E continuou:
– Mas desde que este ano assisti à final do Mundial de Futebol de Juniores, entre os rapazes de Portugal e os do Brasil, em que fomos campeões pela segunda vez, que me rendi à magia desse desporto.
– Que alegria os putos nos deram – retorquiu Beltrão.
Neste momento dobravam uma esquina, quando, saídos de um vão de escada, dois delinquentes aparecem a barrarem-lhes o caminho, e a ameaçarem-nos.

Maria assustada deu um berro estridente, e Beltrão aproveitou o momento para aplicar uns golpes de karatê e neutralizar os assaltantes. Uma patrulha da polícia estava perto, ao ouvir o grito da senhora e o barulho da escaramuça, acudiu também. Foram todos para a esquadra. Apresentada a queixa, Beltrão e Maria seguiram em paz.
Novamente de Táxi viajaram até ao hotel. Fora de horas para jantar, mas com apetite para a ceia.
Degustando um portuguesíssimo bacalhau à Zé do Pipo, acompanhado com um não menos português tinto do Cartaxo, chegou-lhes ao ouvido uma conversa na mesa ao lado.
– Amigo, lhe estou dizendo, seu Ayrton, dobrou, bicampeão de Fórmula 1.
– É isso aí, cara, no sábado.
Acabada a refeição, chegou a hora de Beltrão acender o seu charuto e saboreá-lo, beberricando o whisky enquanto Maria bebia também o seu.
Disfarçava a perturbação que a mulher loira lhe causava, e que Maria intuiu naturalmente. Sem assunto uma vez mais, Beltrão indagou à colega sobre literatura.
– Gosta de ler? Quais os autores preferidos?
– Sou fã como você, de literatura policial, Agatha Christie. Gosto também de Eça, Tolstoi, Saramago, Érico Veríssimo, John Dos Passos…. “As Palavras” é agora o meu livro de cabeceira.
– Ainda não ouvi falar – confessou Beltrão.
– É do Nobel deste ano.
Perceberam ao mesmo tempo que bocejavam. Foram-se deitar. O vale dos lençóis recebeu-os para o merecido descanso.

DESAFIO AO LEITOR

Caro leitor. O enigma proposto contém quatro erros de palmatória, que importa descortinar. Depois impõe-se que os desvende, através de um relatório circunstanciado, que deve ser enviado impreterivelmente até ao próximo dia 10 de março, por um dos seguintes meios:

  • por correio postal, para AUDIÊNCIA GP / O Desafio dos Enigmas, rua do Mourato, 70-A – 9600-224 Ribeira Seca RG – São Miguel – Açores;
  • por correio eletrónico, para salvadorpereirasantos@hotmail.com.
    E, já sabe, não se esqueça de identificar a solução enviada com o seu nome (ou com o pseudónimo adotado), nem de indicar a pontuação que atribui ao enigma proposto pelo confrade Bigode (entre 5 a 10 pontos, em função da sua originalidade, qualidade e grau de dificuldade). Recordamos mais uma vez que o vencedor do concurso de produção de enigmas policiários “Mãos à Escrita!” será encontrado através da pontuação média atribuída pelos participantes do torneio de decifração “Solução à Vista!” e pelo orientador desta secção.