As primeiras horas da manhã de sábado, 7 de Outubro de 2023, ficarão na memória da população mundial surpreendida pelo ataque militar surpresa contra Israel, levado a cabo pelo Hamas, braço político e militar islâmico que governa a Palestina e denominou esta acção como Operação Tempestade Al-Aqsa, título escolhido não por mero acaso, mas porque a Mesquita Al-Aqsa é o local sagrado dos muçulmanos e tem sido alvo de provocações constantes pelos sionistas.
Embora as Forças de Militares de Israel tenham sido quase sempre e durante anos as iniciadoras das hostilidades israelo-palestinianas, através de provocações intimidatórias destinadas a obter reacções palestinas para depois atacarem com o seu enorme poderio bélico sofisticado sem qualquer consideração por quem estavam a matar, ou seja, populações indefesas, homens, mulheres e crianças que respondiam atirando pedras, desta vez foi diferente, pois as pedras foram substituídas por armamento militar poderoso que,
segundo a grande mídia e a maioria dos meios de comunicação não convencionais, causou graves danos, mesmo dentro do território israelita, incluindo centenas de mortos e milhares de feridos, além de enorme destruição, para além da prisão de pessoas como refens.
Há indícios de que também o Hezbollah baseado no Líbano aderiu a esta acção que entretanto obteve resposta israelita caracterizada pelo bombardeamento sistemático da faixa de Gaza, território com 45 quilómetros quadrados de superfície, ocupado por 2 milhões de habitantes, transformado em prisão ao ar livre há anos, pois dali é quase impossível sair.
Entretanto, no mesmo dia da Operação Tempestade Al-Aqsa, o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu declarou guerra à Palestina, ignorando ou fingindo ignorar que a guerra já dura há 70 anos, tendo como pano de fundo a exigência palestiniana do fim da ocupação ilegal do seu território e a obediência às Resoluções do Conselho de Segurança da ONU para o estabelecimento de dois estados, resoluções votadas favoravelmente pela esmagadora maioria dos países, exceptuando os Estados Unidos, a Grã-Bretanha e Israel que desta forma se constituem nos principais responsáveis desta situação.
Novamente, os governantes do mundo ocidental, salvo raras excepções, tal e qual como aconteceu com a Ucrânia, tomam partido por Israel no início de mais este conflito, ou seja, hipocritamente agora solicitam mediação como bons pacificadores, mas nada fizeram durante 70 anos para evitar o escalar da situação e o próprio Conselho de Segurança da ONU apressou-se a condenar o Hamas sem uma palavra para a opressão sionista de décadas
contra o povo palestiniano, embora seja justo referenciar que nem todos os membros do Conselho de Segurança votaram a favor de Israel.
Os Estados Unidos enviaram para a zona parte da sua frota constituida por um porta aviões, cruzadores e contra torpedeiros numa demonstração de força, evidenciando assim um dispositivo pronto para responder a qualquer eventualidade, reforçando a presença militar no Médio Oriente, onde pretendem manter presença exclusiva de forma a contrariar o aparecimento de qualquer outra potência regional e assim percebe-se muito bem o apoio sempre incondicional a Israel.
Talvez por essa razão, se torne mais perceptível como é que Israel, não teve qualquer conhecimento prévio deste ataque do Hamas, apesar de possuir um aparelho de segurança nacional muito poderoso, ou será que esse conhecimento prévio e a actual escalada do conflito não aponta para uma guerra planeada com a finalidade da criação de um território de um país dentro do território de outro país a norte do Médio Oriente.