SÉRGIO HUMBERTO DIZ “CHEGA! BASTA!” À CENTRALIZAÇÃO

Sérgio Humberto, presidente da Câmara Municipal da Trofa, viajou até à Ribeira Grande, em São Miguel, nos Açores, no âmbito da 13ª Gala AUDIÊNCIA, na qual foi congratulado com o Troféu Personalidade do ano 2017.

 

 

O que sente a Personalidade do ano 2017, nomeada pelo jornal Audiência?
Eu sinto um enorme gosto e orgulho, mas também responsabilidade. Como eu lhe disse anteriormente, na Gala, é de salutar aquilo que o jornal Audiência faz em prol do serviço público, pois podia não o fazer, muitos órgãos de comunicação social não o fazem e é bom termos consciência disso, porque quando um órgão de comunicação social faz o verdadeiro serviço público, que é muitas vezes levar as notícias a casa das pessoas de uma forma séria, e faz um jornalismo sério é isto o que, em pleno século XXI, importa realmente salientar. Portanto, o jornal Audiência, e na pessoa do seu diretor, tem feito um trabalho fantástico, quer do ponto de vista regional, quer do ponto de vista nacional, ao levar o verdadeiro serviço público, como se fazia no início do jornalismo, de uma forma verdadeira, levando as boas e as más notícias a casa das pessoas.

 

Tendo presente o ano de 2017, acha que o trabalho que foi desenvolvido na Trofa e que foi sufragado pelos eleitores, nas últimas eleições autárquicas, vai ao encontro do esforço que despendeu?
É sempre difícil, obviamente, ajuizar em causa própria. Naturalmente, nós temos a consciência de que as pessoas da Trofa reconheceram o trabalho, o esforço e o caminho das pedras, que foi realizado ao longo de quatro anos e que foi o culminar do ano de 2017. Eramos o segundo município mais endividado do país, tendo em conta aquilo que era a receita versus dívida e compromissos, estou a falar para uma receita de 20 milhões de euros, uma divida e compromissos a ultrapassar 67 milhões de euros, mas conseguimos reduzir essa dívida em mais de 22 milhões de euros. Posso já dar, em primeira mão, a nota de que vamos pedir, neste ano de 2018, a saída do PAEL – Programa de Apoio à Economia Local e é isso que vai acontecer. Neste momento, e pela primeira vez, estamos abaixo daquilo que somos 150%, e era impensável concretizar isto neste período de tempo, considerando que a saída abaixo dos 150% só estava previsto acontecer em 2022. Logo, em quatro anos, fizemos um trabalho nobre, naquilo que foi o plano de ajustamento financeiro, mas o mais determinante foi começar a honrar os compromissos e pagar a 30 dias. Eu dou este exemplo muitas vezes, e já o tinha dado ao diretor do jornal, mas a realidade é que as próprias floristas não queriam fornecer a Câmara Municipal da Trofa, porque esta tinha dívidas de 50 euros, para com elas, há mais de 3 anos e a Câmara não honrava os seus compromissos. Hoje, o sinal é absolutamente o oposto e as empresas, no fundo, querem trabalhar com a Câmara Municipal da Trofa, porque recebem a 30 dias, e, portanto, isto é algo que é de enaltecer, pois quem está à frente de um cargo público deve honrar essa entidade, mas sobretudo, deve honrar quem está do outro lado, porque quem faz o trabalho, obviamente, quer receber e deve ser isso que deve acontecer.

 

Considerando a aprovação do Plano e Orçamento para 2018, o que é que os trofenses podem esperar, o que é que esse orçamento espelha e o que é que pode oferecer aos trofenses que eles ainda não têm?
Aos trofenses falta um conjunto de infraestruturas. Tenho dito muitas vezes que a Trofa é dos concelhos mais jovens do país, pois fazer 20 anos em 2018, a par do Município de Odivelas. O Município da Trofa é o único, em 308, que não tem Paços do Concelho e, portanto, nós vamos lançar um concurso público internacional, durante este ano de 2018, para que os trofenses possam, finalmente, ter a sua casa, a casa de todos os trofenses, que é, no fundo, o edifício dos Paços do Concelho. Esta é, claramente, a maior bandeira para o ano de 2018 e é uma bandeira já esperada desde a sua criação.

 

Posso dizer que a Trofa é um concelho do presente e do futuro, ou não subscreve este ponto de vista?
Claro que subscrevo, obviamente, claro que subscrevo, aliás a nossa assinatura é “o futuro passa verdadeiramente pela Trofa, o presente e o futuro”. A Trofa é um concelho que tem uma localização geográfica privilegiada, tem muitas empresas que têm volumes de faturação acima dos 200 milhões de euros, que estão inseridas em áreas que são fundamentais para a exportação, nomeadamente a metalomecânica, a indústria da saúde, a área do têxtil, mas tem, sobretudo, um tecido empresarial muito diversificado. Posso dizer que, ainda durante este ano, esperamos a instalação, no concelho da Trofa, de múltiplas empresas, que se estão a instalar pela primeira vez em Portugal, que vão trabalhar para a indústria automóvel e que trabalham, no fundo, na produção e na investigação de produtos químicos. Portanto, a Trofa é, especialmente, caracterizada não só por ter uma boa localização geográfica, mas por ter uma boa qualidade de mão-de-obra, por ser um concelho jovem e com jovens. Contudo, neste momento, temos de atrair mais pessoas para, no fundo, serem absorvidos pelo tecido industrial, porque a Trofa e o concelho da Trofa precisam de mais pessoas, de mais jovens e de mais capacidade de trabalho, para que seja possível abastecermos as nossas empresas. É claro que é com um enorme gosto, porque qualquer território só se desenvolve se tiver empresas, se tiver emprego, se proporcionar uma boa qualidade de vida às suas gentes e é isso que a Trofa tem de fazer, para todos nós ganharmos, nós Trofa, nós distrito do Porto e Área Metropolitana do Porto, nós Norte, mas sobretudo, também o nosso país.

Neste momento encontra-se a visitar a Ribeira Grande, que é um concelho no qual mais de 50% da população tem menos de 30 anos. Sendo a Trofa um concelho que aposta na juventude, acha que isto pode ser um princípio para um relacionamento frutífero entre o Município da Trofa e o Município da Ribeira Grande, quer na área cultural, na área económica e na área social?
Eu acho que sim, eu não vou dizer “eu espero”, porque eu acho. Eu entendi, por parte do presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, que, inclusive, tem feito um trabalho excecional desde que está à frente deste Município, que existe essa abertura e por parte do Município da Trofa também existe. Eu posso dar um exemplo muito significativo do que pode ser esta parceria, a maior empresa de transformação de pescado, que está sediada em Portugal, está estabelecida no Município da Trofa e tem um volume de faturação na ordem dos 175 milhões de euros e nós sabemos que a Ribeira Grande tem uma grande comunidade piscatória, portanto, porque não realizar aqui parcerias. Eu não gosto de chamar geminação, muitos municípios já têm geminações com territórios de Angola, do Brasil, da Guiné e de muitos outros sítios, mas algumas dessas geminações deram frutos, outras não deram, e as do Município da Trofa não deram, logo, eu espero que esta sinergia, entre o Município da Ribeira Grande e o Município da Trofa, possa ser criada e que dê frutos em prol dos dois territórios. Espero seja uma simbiose e que saiam os dois municípios a ganhar, mas, sobretudo, que as populações possam lucrar, quer na perspetiva do emprego, quer na perspetiva turística, quer na perspetiva cultural, e até quem sabe na perspetiva social, ao realizarmos uma troca de programas que são executados na área social, tanto na Trofa como na Ribeira Grande, e que são muito importantes, por serem direcionados e vocacionados para as pessoas e por resolverem, solucionarem ou minimizarem, muitas vezes, o problema das nossas populações.

 

Nestes contactos que teve com o presidente da Câmara Municipal da Ribeira Grande, acha que isso vai ser mesmo uma realidade a ser explorada?
Tem de ser, eu acho que os dois territórios têm a ganhar. Como eu disse anteriormente, existe essa abertura por parte dos dois municípios. Este foi o lançar das primeiras sementes, para que estes contributos possam vir a ser realizados e que possam ser efetuados no terreno, entre o Município da Trofa e da Ribeira Grande, eu espero.

 

 

Voltando à Trofa, propriamente dita, e à sua localização estratégica. No passado os têxteis foram a alma da Trofa, mas, hoje, a Trofa conseguiu dar a volta e continua com alma e com projeção. É bom viver na Trofa, ou a Trofa vai ser sempre um dormitório, com alguma indústria lá pelo meio?
A Trofa não é um dormitório, pois está a cerca de 20 quilómetros do Porto, capital do distrito, e atrai um conjunto de dimensões quer do ponto de vista do trabalho, quer do ponto de vista turístico e do ponto de vista da educação. Posso dizer o seguinte, são mais as pessoas que vêm trabalhar para a Trofa e que acabam por se instalar e residir, do que aquelas que saem. Eu dou um exemplo, do Município da Maia, que é um dos municípios mais exportadores, ou então do Município de Famalicão. Do Município da Trofa saem 1600 pessoas para trabalhar todos os dias no Município de Famalicão e cerca de 1000 para trabalhar no Município da Maia, mas são mais do dobro aquelas que vêm trabalhar para a Trofa e é isso que nós queremos, atrair as pessoas, porque a Trofa tem a força do tecido empresarial e industrial e começa a potenciar a qualidade de vida, com taxas de cobertura de saneamento acima dos 95%, com taxas de cobertura de água pública acima dos 92%. Nós precisamos, rapidamente, de uma variante à estrada nacional 14, porque é a principal estrada que cruza o nosso concelho, tem taxas de tráfego médio diário de 30 mil veículos, e começa a ter infraestruturas que potenciam a qualidade de vida, desde parques de lazer, a parques lúdicos, a parques infantis, a espaços verdes, a ciclovias e a espaços nos quais as pessoas podem conviver em família e conviver, no fundo, com os seus amigos. Portanto, a Trofa será, certamente, um concelho a ter em conta no futuro para trabalhar, viver e para as pessoas serem felizes.

 

Ultimamente voltou-se a falar um bocadinho em descentralização, em regionalização e voltou-se a falar na Área Metropolitana do Porto e no Conselho Metropolitano. Como é que a Trofa se posiciona dentro da Área Metropolitana do Porto e em relação aos seus órgãos constituintes? Que vantagens é que a Trofa pode encontrar, para que o progresso desta zona, possa ser, realmente, um dado concreto?
As vantagens da Área Metropolitana do Porto (AMP) são muitas. Contudo, temos a consciência de que o paradigma da AMP mudou há cerca de 4 anos atrás, as votações unânimes acabaram e, a partir de 2018, a realidade foi outra, eu acho que cada um começou a olhar mais para o seu umbigo. O receio que eu tenho do futuro da Área Metropolitana do Porto está relacionado com a solidariedade que existia, com o companheirismo e o respeito, porque se nós tivermos territórios mais fortes ao nosso lado, o nosso território também vai ser mais forte, isto porque o individualismo não leva a lado nenhum. Eu costumo dizer muitas vezes, “sozinhos podemos ir mais rápido, mas juntos vamos, certamente, mais longe”, e eu receio muito que estejam a existir quebras de compromissos pelo território da AMP, que possam afetar os 17 Municípios da Área Metropolitana do Porto. A Trofa está atenta e quer contribuir para que, no fundo, a AMP seja mais forte, porque eu tenho muito medo da centralização, pois, na minha opinião, é preferível uma regionalização má, do que aquilo que nós temos hoje e aquilo que nós temos hoje é que qualquer autarca, de qualquer ponto do país, exceto de Lisboa, tem de se deslocar, se não for todas as semanas, são quase todas as semanas a Lisboa, nem que seja para dar uma palavra ao protocolo. É isto que se passa e, independentemente de cada partido que lá esteja, cada Governo tem sido mais centralista do que o anterior. Chega! Basta! Eu acho que nós temos de dar um murro na mesa e dizer que não é assim. Portugal é um país pequeno, com cerca de 10 milhões de habitantes, mas é um país diversificado e, obviamente, há um conjunto de infraestruturas que têm de estar distribuídas por todo o nosso território, porque todos nós somos portugueses e não há portugueses de primeira nem de segunda, tal como não deve existir açorianos e madeirenses de primeira e de segunda, sobretudo, somos portugueses e somos poucos para tornar Portugal um país cada vez mais forte, essencialmente é disto que nós temos de ter consciência. Nós somos verdadeiramente bons quando nós queremos, quando metemos as mãos na massa e fazemos coisas fantásticas, e o exemplo é esse, é vencer, no fundo, neste mundo da globalização e combater países que estão em mercados emergentes e Portugal vai-se, definitivamente, posicionar como um país líder em diversas dimensões, nomeadamente, na investigação.

 

Posso depreender que não confia muito no Conselho Metropolitano do Porto, recentemente eleito.
Estou muito atento, como eu disse anteriormente, estou muito atendo àquilo que será feito e ao trabalho que será desenvolvido pelo Conselho Metropolitano do Porto. Tem de existir um diálogo, tem de existir compromisso e tem de existir união, para que a Área Metropolitana do Porto seja mais forte, no futuro. Eu gostava que tivesse acontecido o que se sucedeu há mais de uma década, que foi uma união de todos os concelhos da AMP, nomeadamente, no combate, por exemplo, de um tema que é fraturante, como é o tema do Metro do Porto.

 

Deduzo também que os pontos de vista que são defendidos pelo Município da Trofa não têm tido muita recetividade por parte de quem deveria equacioná-los.
Não sei porquê, muito sinceramente, há um exemplo que é a variante à estrada nacional 14 e que não é só para servir a Trofa. A nacional 14 serve muita gente e contribui, de forma significativa, para o PIB, em termos nacionais. Neste eixo que liga Porto a Braga existe um conjunto de empresas e de dinâmicas empresariais, que exportam e que ajudam a contribuir para a riqueza de Portugal. Portanto, porque é que não se constrói uma variante à estrada nacional 14, se esta é das infraestruturas mais importantes para Portugal?

 

Será que isso acontece porque a Trofa ainda é um tesouro por descobrir?
Nós temos a imagem, de que a Trofa é um diamante, que tem de ser lapidado todos os dias. A maior riqueza maior da Trofa são as pessoas e o que elas têm no seu interior, na sua alma, é o facto de serem pessoas de combate, de garra, que arregaçam as mangas, que vestem o fato de macaco, e pessoas que fazem tudo para trabalhar e para vencer na vida, porque nós temos de ter a ambição de vencer na vida e de sermos felizes e na Trofa existe isso, existe o orgulho de nós sermos trofenses e foi isso que também levou a autonomia administrativa a consistir-se. A Trofa também representava 40% do território e da população de Santo Tirso e 60% das receitas. Nós herdamos um território completamente abandonado e foi isso que nos ajudou, no fundo, a agregar e a adquirir a nossa autonomia, felizmente, para todos nós. Portanto, a Trofa será, certamente, no futuro, um território a ter em conta, no âmbito regional e no âmbito nacional, não tenho dúvidas nenhumas de que a Trofa será um território que pode ser visitado, no qual se pode trabalhar, no qual as pessoas podem conviver, mas, sobretudo, um concelho amigo das pessoas, um concelho amigo dos próximos e nós vamos tentar, ao máximo, porque isso nunca vai ser possível, erradicar aquilo que são as dificuldades e, nomeadamente, a pobreza que existe no concelho da Trofa e que está presente em algumas classes, por todo o nosso território nacional.

Com tanta amizade, posso inferir que as relações entre Sérgio Humberto e Joaquim Couto, a propósito dos diferendos existentes, já estão ultrapassadas?
Sempre irei defender os interesses do Município da Trofa, as questões pessoais não estão aqui em jogo. Contudo, existe um conjunto de diferendos com o Município de Santo Tirso, que ainda não estão resolvidos. Tentamos várias vezes resolver, pela via do diálogo, três áreas que, para nós, eram fundamentais, uma que são os limites do nosso território; a outra que são os processos de licenciamento de obras particulares, que são cerca de cinco ou seis toneladas que estão lá de processos, em que as pessoas da Trofa têm de se deslocar à Câmara Municipal de Santo Tirso para poder reaver o seu processo que foi licenciado ou rejeitado, ou para fazer prova da sua propriedade; e, obviamente, há um assunto que é determinante e que não temos de esconder que é a mobilidade, porque Santo Tirso também faz parte da Área Metropolitana do Porto e o Município de Santo Tirso é um Município vizinho do concelho da Trofa, pelo que há um conjunto de sinergias que têm de ser criadas, do ponto de vista da mobilidade, do ponto de vista dos transportes públicos e esse é o único campo, o único setor, no qual estão a existir avanços e sinergias positivas, nos outros dois isso não aconteceu e não foi pela nossa parte. Nós queremos ver isto resolvido definitivamente, nós não queremos um centímetro daquilo que não é nosso e posso dizer que há áreas sobre as quais o Município de Santo Tirso quer tomar posse administrativa. Isto foi um fardo pesado que eu recebi da minha antecessora que, no fundo, assinou uma carta que ninguém conhecia, nem os próprios vereadores do Partido Socialista conheciam, que cedia uma grande parte do território da Trofa ao Município de Santo Tirso, mas enquanto, eu e a equipa que me acompanha, estivermos à frente do Município da Trofa vamos lutar sempre pela defesa do nosso concelho, independentemente das relações pessoais. Isto não tem nada a ver com a pessoa Joaquim Couto, tem a ver que eu tenho de defender, eu tenho de potenciar tudo aquilo que qualquer pessoa que está à frente de um serviço público tem de fazer, que é defender os interesses das nossas populações e do nosso território.

 

Neste momento em que ponto se encontra esse diferendo?
Em Tribunal. O Município da Trofa avançou com algumas ações contra o Município de Santo Tirso, porque como não foi pela via do diálogo, nós tivemos recorrer pela via do Tribunal e, neste seguimento, avançamos, no ano de 2016, com um conjunto de ações contra, no fundo, o município de Santo Tirso e contra o Estado português para, definitivamente, resolver, nomeadamente, o problema dos limites e de aqueles processos, que eu mencionei anteriormente, que estão cativos há cerca de 20 anos no Município de Santo Tirso e que não foram resolvidos. Aliás até estávamos a contribuir e se calhar fazia jeito ao município de Santo Tirso, pois deixávamos de ocupar um armazém que eles lá devem ter com 6 toneladas de processos.

 

Esta não seria uma área na qual o Conselho Metropolitano do Porto teria o papel importante de desbloquear esta situação?
O Conselho Metropolitano do Porto deveria, obviamente, ter essa responsabilidade. Este é um assunto público e nunca existiu, por parte do Conselho Metropolitano a tentativa de tentar sanar isto. Também percebo que, como tudo isto chegou a Tribunal, seja mais difícil de acontecer, mas a Área Metropolitana do Porto, como também o Metro do Porto, deveria de ter tido posições relativamente à variante à estrada nacional 14, porque serve uma grande área da Área Metropolitana do Porto e, portanto, é isto que tem acontecido. Eu espero que o Conselho Metropolitano altere um conjunto de objetivos e políticas, nós estamos a iniciar um mandato e, como eu afirmei anteriormente, estamos cá para ajudar, eu estou atento e vamos ver o que é que a Área Metropolitana do Porto vai fazer, nos próximos tempos.

 

No que concerne a juventude, a Trofa, sendo um concelho jovem, tem tudo para que os jovens se sintam felizes a viver no Município trofense?
A Trofa não tem tudo. Nós temos a consciência que ainda há muito trabalho a realizar, para irmos de encontro àquilo que são os anseios da nossa juventude. No entanto temos atingido alguns objetivos e etapas, que vão desde espaços desportivos, ainda no ano 2017, inauguramos o primeiro Skatepark do concelho da Trofa e temos ido ao encontro de um conjunto de iniciativas de âmbito lúdico-musical, como é o caso do BeLive, que tem atraído milhares e milhares de jovens, quer de todo o concelho da Trofa, como da região, contudo, ainda há muito mais trabalho a fazer. Nós temos tido e executado boas ações no plano educativo, mas queremos mais espaços para os jovens poderem estudar e temos levado a cultura, o desporto, o companheirismo e o espírito de família às nossas crianças, porque são os homens e as mulheres de amanhã, mas é obvio que a juventude é uma população irreverente e muito exigente, pelo que, qualquer território tem de estar sempre muito atento àquilo que são os seus anseios e tentar, obviamente, resolver estas questões que vão ser sempre muito importantes para a juventude, que vai variando ao longo dos tempos.

 

Vamos finalizar com o desporto. Como é que estamos de infraestruturas, há alguma instalação que precise de ser inovada, há algum projeto em carteira ou as infraestruturas existentes são suficientes?
As instalações desportivas são sempre muito importantes. Nós não temos as instalações desportivas que ambicionamos, mas vamos, ainda durante este ano, entrar na execução da requalificação da escola EB2/3 Professor Napoleão Sousa Marques, na qual serão construídos dois cortes de ténis e dois polidesportivos para as pessoas usufruírem, ou seja, mesmo quando não existe escola, a população vai poder desfrutar destas quatro infraestruturas. Todavia, também queremos fomentar alguns cortes de ténis e de pádel. Nós temos a consciência de que precisamos de mais instalações desportivas, porque o desporto não é só futebol. É obvio que temos de ir ao encontro daquele que é um dos clubes mais importantes do território da Trofa, que é o Clube Desportivo Trofense, que está a passar um momento difícil, com muitas dívidas, e nós gostávamos, obviamente, de ter um trofense equilibrado, um trofense equilibrado financeiramente e desportivamente e é isso que ambicionamos. Este momento não é fácil, mas eu estou convencido de que, com a ajuda de todos, vamos sair deste momento menos positivo da história do nosso Clube. Nós queremos implementar várias modalidades no concelho da Trofa, temos o exemplo do râguebi, que foi implementado há menos de quatro anos, portanto connosco, pela primeira vez, no executivo, um projeto fantástico com muitas crianças, com comportamentos desviantes, porém temos tido outras modalidades como desportos de combate e o kickboxing e queremos incentivar a prática de modalidades que, no fundo, não eram realizadas no nosso movimento associativo. Contudo, eu tenho de reforçar uma coisa, a Câmara Municipal muitas vezes, planeia, dirige, observa é mediadora, mas existe algo que é determinante, que é o nosso forte movimento associativo. Posso dizer ainda que nós, Câmara Municipal, estamos disponíveis para ajudar e para contribuir com para movimento em várias dimensões, quer do ponto de vista logístico, quer do ponto de vista financeiro, porque é um contributo que nós estamos a fazer para a formação dos nossos jovens, sendo que também estamos a contribuir para a sua saúde, que é determinante, porque nós sabemos, hoje, que quem pratica desporto e atividade física tem, obviamente, uma saúde melhor e vai viver mais anos, com qualidade de vida.